As projeções de mercado costumam ser ineficazes quando se aumenta o prazo diante do maior número de possibilidades existentes para mudança nos parâmetros.

Grosso modo, você tem maior certeza sobre quem vai ganhar o próximo jogo do que o último resultado da temporada.

Se os mercados não tinham motivo razoável para subirem, agora a narrativa está mais do que formada: o pior já ficou para trás.

Na última sexta-feira (5), Deus e o mundo esperavam a piora do mercado de trabalho nos EUA, com aumento da taxa de desemprego de 14,7% para 19,8%.

Às 9h30, o milagre do Departamento de Trabalho dos EUA: criação de 2,5 milhões de vagas, com queda do desemprego para 13,3% em maio.

Soma-se a maquiagem à roupa de estímulos trilionários do BCE durante esta semana e: estamos adequadamente vestidos para seguir o baile.

O que realmente importa

Sobre os denominadores comuns a qualquer bolha, John Kenneth Galbraith aponta a característica singular dos mercados de esquecerem rapidamente tudo.

Ao apresentar os três fatores simultâneos em todas as crises no livro “A Short History of Financial Euphoria”, aponta:

“O primeiro ponto é a extrema brevidade da memória financeira. Como consequência, desastres financeiros são rapidamente esquecidos”

Mais adiante, continua:

“A experiência passada, na medida em que faz parte da memória, é descarta como um primitivo refúgio daqueles que não tem o insight para apreciar as incríveis maravilhas do presente”.

Em entrevista à Bloomberg após a divulgação do Relatório de Emprego, surpreso como todo o mercado com os dados, Mohamed El-Erian apontou de forma brilhante “o que importa é o que os mercados veem”.

Quem vai pagar a conta?

O novo colunista do Money Times, Marink Martins, avalia em sua mais recente coluna “In Gold We trust“, o pensamento de Ronald Stoeferle sobre como o ouro pode ser a nova renda fixa da década.

Abordam-se questões como a dependência do mercado de estímulos, cada vez mais ineficazes do lado real, e uma possível formação de bolha: a leitura é agradável e as perguntas no ar, ainda mais. Valter Outeiro ..Leia mais em moneytimes 07/06/2020