A Watch Brasil, startup paranaense que está colocando produtos audiovisuais como HBO Max nos pacotes dos provedores de banda larga regionais, acaba de atrair um sócio de peso. A companhia levantou R$ 28 milhões com a Multilaser. O investimento da fabricante de produtos de informática é o segundo de seu veículo de corporate venture capital, que é gerido pela Bertha Capital.

Com várias opções de pacotes, a Watch busca agregar valor ao cardápio de serviço de internet dos provedores regionais, que passam a oferecer combos com acesso a mais de 8 mil horas de conteúdo — entre filmes, séries, notícias, esportes e lançamentos do cinema para locação —, títulos de serviços como Paramount+, MTV e Universal e ainda canais de TV aberta.

O pacote de entrada, que dá acesso a conteúdos como filmes e séries disponíveis na plataforma, custa R$ 5,50 por assinante para o menor pacote. O valor final depende do volume contratado e dos serviços extras adicionados, podendo ser montado um combo de internet e streaming praticamente ao gosto do freguês.

“Além do serviço, prestamos uma consultoria para os provedores porque a oferta que ele vai fazer depende de uma série de fatores: a região em que está, classe social atendida e o que o público quer consumir. Assim eles podem oferecer uma combinação de itens que faça sentido, como só o pacote de entrada ou pacote de entrada junto com canais lineares ou qualquer outra coisa”, explica Maurício Almeida, CEO e fundador da Watch Brasil.

Watch Brasil atrai a Multilaser

Apesar de regionais, esse é um mercado que nada tem de pequeno porte. Juntos, os provedores independentes têm um market share de 46,7% entre as operadoras de banda larga fixa no país. Desktop, Brisanet e Unifique são alguns dos nomes que já cresceram tanto que chegaram à bolsa. Claro, Vivo, Oi, TIM e Sky ainda lideram, mas com uma fatia total de 53,1% dessa pizza, segundo dados da consultoria Telco.

Com vasta experiência no mercado de telecomunicações, Maurício Almeida, um engenheiro e teólogo de formação, chegou a criar uma empresa nos anos 2000, em sociedade com o banco Opportunity, que montou produtos para o iG. Uma década depois, em 2014, fundou uma companhia de soluções de pagamento para provedores regionais. Foi quando começou a ter contato com as dores do setor. A principal: a falta de um produto que fidelizasse a clientela.

Com uma dose de ousadia, bateu na porta da Sony em 2016 só com uma ideia no papel. A gigante logo de cara gostou da proposta e topou fechar um contrato. Mas foi só dois anos depois, em 2018, que o produto foi para a rua — já com um MVP aprovado, graças a um investimento anjo de R$ 2,6 milhões e contratos com fornecedores de tecnologia assinados.

Atualmente, a Watch Brasil conta com meio milhão de assinantes e 400 provedores conectados ao serviço, com uma média de 20 novos chegando todo mês. Um dos maiores é a Vero Internet, controlada da Vinci Partners que consolidou oito provedoras mineiras e conta com cerca de 700 mil

Com o novo aporte, a startup quer chegar a dois milhões de assinantes até o fim do ano a quatro milhões em 2023. Isso vai ser possível …… leia mais em Pipeline 17/03/2022