A Wiser, a holding de educação de Flávio Augusto, acaba de entrar no segmento de cursos preparatórios para provas de residências médicas, um nicho que já atraiu gigantes como Yduqs e que também é disputado por startups como Medway e Sanar.

A Wiser comprou a MedCof, edtech fundada em 2019 pelos médicos Augusto Coelho, Felipe Fernandes e Matheus Meireles. O M&A surgiu a partir de postagens da edtech no LinkedIn, o que despertou o interesse de Carlos Lazar, chefe de estratégia da Wiser.

A publicação virou um café para falar sobre o negócio e, por fim, se concretizou em uma proposta de aquisição seguida de alguns meses de diligências. “É uma empresa muito jovem, mas que conseguiu desenvolver produto em um setor bastante concorrido e conseguiu se destacar muito. Eles, com apenas 5% do mercado, se destacam de maneira retumbante. Os resultados de aprovação nas residências médicas espalhadas pelo Brasil são eloquentes”, disse Flávio Augusto ao Pipeline.

Wiser compra MedCof

No ano passado, a startup faturou R$ 22 milhões com mais de 11 mil alunos. Atualmente, a empresa conta com cursos extensivos, com duração de 12 meses, e intensivos, mais curtos e especializados. Os preços podem ir de R$ 4 mil a R$ 13 mil, com opções de parcelamento.

Nos últimos anos, o setor vem atraindo a atenção do mercado. Em 2021, a gestora de private equity Axxon aumentou a aposta no grupo Estratégia Educacional, que também aposta em preparatórios para residências médicas. No ano passado, a Yduqs, que já tinha um pé no setor com a STJMed, resolveu dobrar a aposta e fechou a aquisição da Hardwork.

Mesmo em um mercado concorrido, a MedCof diz ter um diferencial. Nos resultados iniciais deste ano, referente às provas feitas no fim do ano passado, a edtech garantiu o primeiro lugar em dez programas de residência do Hospital Albert Einstein, um dos mais concorridos do país. No ano passado, a edetech garantiy a primeira colocação em 85 provas, além de alguns milhares de aprovados.

Os fundadores atribuem o sucesso dos estudantes à qualidade do conteúdo e dos professores. A proposta do curso é fornecer aulas curtas e diretas com os melhores especialistas do mercado, garantindo um conteúdo sempre atualizado e em linha com o que é praticado.

“Isso faz diferença porque a concorrência tem aumentado muito e a banca tem aumentado o padrão das questões, com perguntas mais especializadas e difíceis. Tem relatos de questões que ninguém acertou em Neurologia mas que o nosso professor falou em aula, por exemplo”, diz o cofundador Augusto Coelho.

A metodologia adotada pela MedCof se inspira no que Coelho viu nos Estados Unidos quando foi fazer um intercâmbio acadêmico em Harvard. Voltando para o Brasil, já na época de prestar a prova para a residência, ele se reuniu com seus dois amigos, Fernandes e Meireles, e decidiram não estudar pelos métodos tradicionais. Deu certo: os três foram aprovados. Alguns ajustes e modelação de negócio depois, surgiu oficialmente a MedCof.

Além da edtech de cursos para residência médica, a Wiser ainda tem outros dois M&As em processo de diligência e que devem ser aprovados em breve. No ano passado, a holding comprou a Aprova Total, com preparatórios para vestibulares, a Eu Militar, de concursos militares, e fez ainda um investimento adicional na Conquer.

“A Wiser é uma empresa que tem dinheiro e gera bastante caixa, além de ter sócios bastante capitalizados. Óbvio que não temos dinheiro infinito, mas para uma, duas ou até cinco que aparecerem e a gente observar que se enquadram dentro desse padrão, a gente está pronto para fazer”, diz o executivo.

No ano passado, o grupo faturou R$ 500 milhões, com mais de 753 mil alunos divididos entre as marcas da holding — que também conta com a Wise Up Online, Wise Up, Number One, meuSucesso.com, Power House, Vende-C e Buzz... leia mais em Pipeline 16/01/2023