Você já ouviu falar em rodadas de investimentos? Entenda o que elas são, como são classificadas e de que forma são importantes para as startups.

Para levantar capital no exterior ou mesmo no Brasil, é preciso participar de rodadas de investimentos. Voltada para startups, essa prática permite que empreendedores se conectem a potenciais investidores e demonstrem a relevância de sua proposta.

Apesar de já serem instrumentos bastante utilizados, é fundamental entender como funcionam na conquista de aporte de capital. Afinal, existem várias séries e detalhes a observar.

Por isso, criamos este post completo com as principais informações sobre o assunto. Então, que tal saber mais? Confira neste post.

Rodadas de investimentos: o que são e como cada série funciona

O que são rodadas de investimentos?

As rodadas de investimento são um processo de fundraising executado pelas startups. Por meio delas, é possível buscar recursos para a empresa crescer e desenvolver soluções. Isso aumenta sua participação de mercado e podem se tornar unicórnios.

Vale a pena destacar que existem diferentes tipos de investimento em startups. As rodadas são uma forma de conseguir aporte de capital. Para isso, elas são estruturadas conforme o nível de maturidade da empresa e o grau de risco que apresenta.

De toda forma, o dinheiro costuma ser oferecido em troca de uma participação acionária. Assim, isso também depende do chamado valuation startups, ou seja, a avaliação de mercado do negócio.

Além disso, é preciso preparar, revisar e otimizar o pitch e o deck de investimentos. O primeiro documento é uma apresentação sumária que dura entre 3 e 5 minutos. Ele tem o objetivo de despertar o interesse da outra parte.

Por sua vez, o deck de investimentos consiste em um material de apoio utilizado por fundadores de startups e CEOs. Eles mostram esse documento para apresentar seu projeto aos investidores, já que explica a visão e os diferenciais da empresa.

O que é round de investimento?

A rodada de investimento também pode ser chamada de round. Inclusive, funding round é o termo em inglês para designar o levantamento de recursos para financiar um projeto ou o desenvolvimento de uma startup.

Tanto no Brasil quanto no exterior, esse processo é dividido em séries. Elas são categorizadas conforme o estágio da startup. Ou seja, tem relação direta com o nível de maturidade.

O que são as chamadas rodadas?

O dicionário define a palavra “rodadas” como “movimento completo de uma roda. Cada uma das vezes que se serve bebida a uma roda de pessoas (…). Em certos jogos, sequência de combinações que perfazem um ciclo completo; mão”. Esse é um substantivo feminino e, no mercado financeiro, refere-se à capacidade de obter financiamento.

As startups de sucesso passaram por essas rodadas. No entanto, elas dependem do momento da empresa e das suas fases de financiamento.

Quais são as fases das rodadas de investimentos?

Os tipos — ou fases — das funding rounds dependem da maturidade do negócio. Quando chegam ao estágio mais avançado, são chamados de séries e seguem a ordem alfabética. Porém, existem alternativas anteriores.

É válido esclarecer que o que diferencia essas etapas é o objetivo do investimento. Por exemplo, algumas são realizadas para investir no processo de marketing e vendas ou no growth hacking. Outras estão com um product market fit bem definido.

Então, quais são as rodadas de investimentos possíveis? Confira a seguir.

Investimento-anjo ou pré-seed

O investimento-anjo é a primeira rodada a ser executada por todas as empresas. Serve para testar a tese, formar uma equipe inicial e desenvolver o Produto Mínimo Viável, o MVP para startups.

Aqui, é importante saber o que é investidor-anjo. É quem está disposto a aportar capital, podendo ser uma pessoa física ou pequenos investidores profissionais.

Normalmente, o montante aplicado é de até R$ 1 milhão. Isso porque a empresa ainda está na fase inicial de sua operação.

Portanto, é indicado para projetos iniciantes, que buscam validar um modelo de negócio. Costuma ser mais embasado na ideia dos fundadores, em vez de dados e indicadores.

Além de oferecerem o capital necessário, os investidores-anjo costumam entrar como sócios. Por isso, oferecem sua experiência e expertise. Portanto, há um valor agregado.

Apesar de existir um número maior de pessoas físicas investindo no pré-seed, há mais alternativas. Isso porque existem fundos de venture capital que dedicam parte dos recursos a startups nesse estágio.

Normalmente, os investimentos são de até R$ 1 milhão. Ainda é importante saber quais são as principais dúvidas dos investidores. Elas recaem sobre a demanda e a adesão do público potencial à inovação e à solução oferecida pela startup.

Seed

O investimento seed — ou capital semente — é recomendado para projetos validados, que desejam começar a expansão por meio da validação do modelo de negócio. Na maior parte das vezes, o capital é utilizado para o crescimento da equipe e o desenvolvimento de produtos.

Por estarem em um patamar mais consolidado, a startup costuma realizar pesquisas sobre o mercado-alvo e a adequação do produto. Ou seja, o product market fit. Dessa forma, o empreendedor deve estar com as projeções do negócio e as oportunidades disponíveis bem levantadas para apresentar aos investidores.

Nessa etapa, os valores aportados tendem a ficar entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Isso porque há entrega de valor para uma base inicial de clientes, que deve se expandir.

Série A

O investimento Série A é indicado para startups que querem potencializar suas estratégias. Elas já atingiram o mercado esperado, mas querem aumentar a participação por meio da atração de consumidores ou lançamento de produtos.

Nessa etapa, é necessário contar com dados concretos. O investidor quer saber o que a empresa já fez com os aportes obtidos, quais métricas estão sendo melhoradas e qual é o potencial de lucros no longo prazo.

Os aportes costumam ficar entre R$ 5 milhões e R$ 40 milhões. O propósito é melhorar a credibilidade da marca, fazer o negócio crescer e otimizar a base de usuários.

Normalmente, os financiadores são fundos de private equity e venture capital. Além disso, as startups que fazem parte costumam ser chamadas de scaleup company devido ao potencial de expansão.

Série B

É a opção para negócios já maduros, mas que precisam aumentar o ritmo de crescimento. Por isso, essa é a rodada de investimento inicial de uma escala já bem estruturada.

Nesse caso, é necessário consolidar os processos internos para uma escalabilidade que chegará no médio prazo. Ainda é fundamental estabelecer certo nível de governança corporativa.

Devido a esses fatores, os valores aplicados podem ultrapassar R$ 30 milhões. Esse montante costuma ser voltado para o aprimoramento de processos, expansão de alcance de mercado, aquisição de outras empresas e mais. A operação é financiada por fundos de private equity, normalmente, e family offices.

Séries C, D, E, F e G

Da Série C para frente, só participam as startups que estão em crescimento acelerado. Elas buscam se profissionalizar ainda mais e se consolidar no mercado. Inclusive, têm a possibilidade de ampliar sua atuação para o exterior.

Os investimentos nessas etapas são bilionários, porque os retornos são exponenciais. Após passar por todas essas etapas, o próximo estágio é o Initial Public Offering (IPO), ou abertura de capital na bolsa de valores.

Aqui, vale a pena considerar que a duração de cada rodada de investimento varia. Esse período pode levar alguns dias ou até semanas. Porém, nos estágios mais avançados, tende a demorar alguns meses.

Isso porque o que importa para as séries das rodadas de investimento é o valuation da companhia. Ele deve ser de 1 bilhão de dólares.

Como realizar uma rodada de investimento?

O manual de como criar uma startup eventualmente passará pelos funding rounds. Afinal, esse é o objetivo ao começar um negócio. No entanto, a trilha descrita nem sempre é obrigatória.

Tudo depende da maturidade do negócio. Por isso, apesar de ser raro, algumas companhias já começam na Série A. De toda forma, o foco sempre é a aceleração do crescimento com eficiência. Caso contrário, a startup deixará de apresentar os resultados esperados.

Ainda é importante escolher bem os investidores. O ideal é que sejam qualificados e tenham know-how específico do mercado de atuação da empresa. Dessa forma, o processo de mentoria e networking é aprimorado.

De toda forma, essas etapas estão cada vez mais comuns. Somente em 2021, o investimento nas startups brasileiras atingiu 9,4 bilhões de dólares. Esse resultado foi 2,5 vezes mais alto do que o de 2020.

Já entre janeiro e abril de 2022, boa parte das rodadas de investimento realizadas contaram com a participação de estrangeiros. O índice chegou a 39%.

Como atrair investimentos?

Além de saber como investir em startups, vale a pena entender como atrair investimentos. Aqui, não existem segredos. É preciso adotar algumas boas práticas para chegar ao resultado esperado. Veja quais são elas:

1. Faça networking

Para isso, participe de eventos e saiba onde encontrar investidores. Peça conselhos a quem já teve sucesso. Construir um relacionamento é essencial para essa finalidade.

2. Colete dados

É fundamental apresentar resultados e projeções para mostrar que o seu negócio é viável. Isso também ajuda a conquistar autoridade e visibilidade no mercado. Trace metas e busque alcançá-las.

3. Conte com a ajuda de profissionais

O processo de captar recursos pode ser complexo. Com o auxílio de uma incubadora ou aceleradora, é mais fácil encontrar investidores. Inclusive, você pode adotar o open innovation, visando fazer networking, inovar e consolidar o seu negócio.

Como você pôde perceber, as rodadas de investimento são importantes para fazer o negócio crescer de forma sustentável. Elas dependem da maturidade da empresa, mas representam boas oportunidades de destacar a startup perante a concorrência.

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