No acumulado do ano até setembro, o Brasil atraiu R$ 70,6 bilhões em investimento estrangeiro direto, um crescimento de 63% na comparação com o mesmo período do ano passado e o maior valor desde 2011, segundo dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira (24).

Somente em setembro, ingressaram R$ 9,1 bilhões no Brasil, melhor setembro desde 2017 e avanço de 99,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O bom momento pode ser explicado pela perspectiva de inflação mais controlada no país (o Banco Central foi um dos primeiros do mundo a elevar os juros básicos), crescimento maior que o previsto e o mau momento vivido por outros emergentes, como Rússia, Turquia e Argentina.

Os riscos geopolíticos representados pela guerra entre Rússia e Ucrânia, e os efeitos do conflito sobre outros países, como os da Europa, também podem estar resultando em mais recursos de outros países enviados ao Brasil.

Investimento direto no Brasil soma R$ 70 6 bi até setembro

De acordo com os números do BC, quando se detalham os dados, o comportamento do IDP (investimento direto no país, como o indicador foi batizado), que mede o investimento produtivo, foi puxado principalmente pela aquisição ou ampliação na participação no capital de empresas.

Cerca de R$ 53,6 bilhões foram enviados dessa forma, enquanto que outros R$ 16,9 bilhões foram transferidos em transferências intercompanhia (ou seja, recursos enviados internamente entre empresas com matrizes ou filiais no exterior e no Brasil).

Os números sobre o comportamento do IGP foram divulgados pelo BC na nota do setor externo de setembro, em um levantamento que monitora as transações do Brasil com outros países.

Nos primeiros nove meses do ano, o Brasil teve deficit de R$ 29,5 bilhões, dado que somente não foi pior por causa do bom desempenho do investimento estrangeiro direto. Em setembro, o rombo foi de R$ 1,9 bilhões, aumento de 39,6% na comparação com o mesmo mês de 2021… leia mais em TradMap 24/10/2022