5 dicas para captar aportes no early stage, segundo especialistas
Muitos fundadores sonham com o momento em que receberão o cheque de um fundo de venture capital para elevar o potencial de crescimento de suas startups. Mas o processo é desafiador: é preciso caprichar no networking, fazer um pitch afiado e, com frequência, receber muitos nãos antes do esperado sim. É por isso que a captação de aportes no early stage costuma ser tema de conversas em eventos do ecossistema de startups.
Na 11ª edição da Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (CASE) não foi diferente. O painel realizado na manhã de sexta-feira (28/11) contou com a participação de Olavo Bevilaqua (Investidores.vc), Leonardo Garcia (Sebrae for Startups), Camila Florentino (Celebrar) e Rodrigo Florencio (VeeCee AI), com mediação de Leandro Piazza, da 49educação.
Se você está passando por esse momento de buscar o primeiro cheque institucional, confira as dicas dos especialistas a seguir:
1. Inicie o relacionamento meses antes de abrir a rodada
Ao captar com fundos, a startup ganha novos sócios. Por isso, é importante criar um relacionamento com os investidores antes de abrir a rodada. Eles precisam conhecer o time fundador, a tese do negócio e acompanhar o crescimento para decidir investir. Quem deu a dica foi Bevilaqua, head de dealflow na Investidores.vc.
“É importante se cadastrar nos sites dos fundos, fazer follow-up. Gostamos de acompanhar seis meses antes do investimento, não chame na hora que precisar do capital, comece o relacionamento antes para construir vínculo e facilitar a avaliação”, destacou.
2. Seja sincero
É claro que toda pessoa fundadora é apaixonada pela tese da startup e acredita que ela é importante. Mas os investidores buscam ideias que possam trazer retornos financeiros. Na hora de apresentar o pitch, seja sincero e apresente qual problema você resolve, o potencial do mercado e seu diferencial.
“Cuidado com os adjetivos. Os investidores veem milhares de pitch decks por ano, sabem que outras startups fazem o mesmo. Eles investem no time fundador, então acredite em você”, sugeriu Florencio.
3. Atenção com o tamanho da rodada e a diluição
Bevilaqua também ressaltou que a métrica do sucesso não pode ser o tamanho da rodada: o ideal é captar o valor que o seu negócio precisa naquele momento. “Vimos mais startups morrendo porque captaram muito, não cresceram e não conseguiram novas rodadas. Captar demais no momento errado vai te atrapalhar na rodada seguinte”, disse.
Garcia destacou também a diluição da participação acionária das pessoas fundadoras logo no início da jornada, o que pode gerar problemas na atração de investimentos no futuro: “Na primeira captação, a startup deve ceder, no máximo, 15%. Cuidado com o equity para não se comprometer nas próximas rodadas.”
4. Recebeu uma negativa? Aprenda com a experiência
Peça feedbacks dos investidores sobre a startup e sua apresentação para que melhore o pitch para as próximas oportunidades. Esses agentes do ecossistema são ótimas fontes para aprendizado, segundo Florentino.
“Eu não chegaria onde estou se não tivesse recebido mentoria com investidores de venture capital. A dica é trocar, entender os benchmarks que eles conhecem por causa dos portfólios”, afirmou.
5. Existem outros caminhos
Apesar de popular entre o ecossistema de inovação, os fundos de venture capital não são a única opção para buscar investimento para o seu negócio. Florentino contou que está há oito anos no processo de conversar com os fundos e segue bootstrapping, com faturamento de R$ 10 milhões no ano.
“Alguns empreendedores acham que o sucesso é captar investimento, mas sucesso é ter clientes te amando. O melhor dinheiro que existe é de quem sente a dor que você resolve. O VC é o meio para chegar ao fim que você deseja, é essencial para colocar gasolina no tanque, mas existem outros combustíveis por aí”, concluiu… saiba mais em Revista PEGN 30/11/2024