A cobiça de bancos e estratégicos pelos ativos da Quantum
Os ativos da Quantum Energia, transmissora controlada pela gestora Brookfield, ainda nem vieram a mercado e já estão agitando potenciais interessados – no setor e nos bancos. Deve ser um dos maiores mandatos de energia nos últimos tempos, com enterprise value acima de R$ 8,5 bilhões. A estimativa é que a Brookfield coloque os ativos à venda entre o final deste ano e início do próximo.
A companhia é dona de 50% dos projetos enquanto eles estão em fase de desenvolvimento e compra a outra metade do sócio construtor quando ficam operacionais – hoje, já é a maior parte das linhas. São 2,85 mil km de linhas de transmissão no portfólio, das quais 2,04 mil km em operação. No ano passado, por exemplo, a Brookfield comprou os 50% que estavam nas mãos da Cymi na concessionária Sertaneja, com ativos na Bahia e Piauí.
Além de Sertaneja, o portfólio inclui Chimarrão, Mantiqueira e Pampa, que abarcam ainda os estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. “É um ativo premium, que ainda vai ter um processo de escolha de assessor financeiro, mas que já está todo mundo namorando”, diz um fonte próxima ao assunto. A expectativa é que a Brookfield coloque todo o pacote à venda, mas a controladora ainda não tem essa definição, segundo as fontes.
Além de fundos como o canadense CDPQ e players locais, como Eletrobras, a chinesa State Grid é apontada como uma potencial competidora no negócio. A subsidiária local de transmissão, SGBH, vendeu uma participação acionária a fundos de investimento, também chineses, colocando US$ 1 bilhão no caixa. Parte disso deve ser remetido à matriz, mas o grosso vai ser usado na operação local, incluindo M&A.
Plataforma de ativos de transmissão da Brookfield no Brasil, a Quantum já fez uma venda relevante de linhas há dois anos. Foi a Argo Energia, composta pela colombiana GEB e a espanhola Redeia, que levou os 2,42 mil km de linhas vendidos em julho de 2022. Foi uma transação de pouco mais de R$ 4,34 bilhões pelo equity e mais a dívida dos projetos, elevando o enterprise value a R$ 7,3 bilhões.
Aquela transação atraiu interesse de estrangeiros, pelo tamanho do cheque e extensão das linhas, nomes que podem voltar à mesa na nova rodada. A gestora canadense faz reciclagens de portfólio conforme prazo de seus fundos de investimentos e também maturação de projetos.
Procurada, a Brookfield refutou planos de venda no curto prazo. “A Brookfield informa que, no momento, não há nenhum plano de venda da Quantum para o fim desse ano ou início do ano que vem”, disse a companhia em nota… leia mais em Pipeline 11/09/2024