Após Crescera, Oba Hortifruti está aberta a novos sócios
Depois de ter recomprado a fatia que pertencia à Crescera Capital, a família fundadora do Oba Hortifruti está em busca de dinheiro novo — ou por meio da entrada de um outro fundo de private equity no cap table ou com a retomada do plano de IPO, arquivado desde 2021.
O objetivo da rede de hortifruti é se capitalizar novamente para financiar a sua expansão pelo estado de São Paulo, seu principal mercado. A varejista, com receita líquida de R$ 2,8 bilhões nos 12 meses até junho, tem ao todo 75 unidades, das quais cerca de 80% em municípios paulistas (pouco mais da metade na capital) e o restante no Distrito Federal e em Goiás.
“São Paulo é nossa prioridade porque achamos que ainda tem muito espaço para ser ocupado pelo nosso modelo”, disse ao Pipeline o CEO da empresa, Alex Brito, que participou nesta semana da 2a Conferência de Empresas Não Listadas do Itaú BBA, que visa conectar companhias e potenciais investidores.
Fundada em 1979 pelo tio do CEO, Carlos Roberto Alves, com uma primeira unidade em Campinas, o Oba aposta em produtos selecionados, com tíquetes mais altos, e passou a ter a Crescera como sócia em 2017, com fatia de 30%. O acordo era que, depois de cinco anos, a gestora daria início à sua saída, processo finalizado no começo deste ano, com a venda aos antigos donos, depois do adiamento do IPO. “Com a saída da Crescera, abriu um espaço para fazermos um segundo movimento”, diz o CEO.
A recompra foi feita parte pelo fundador e parte no balanço da companhia, que encarteirou uma nota comercial emitida por uma holding controlada pelos sócios remanescentes. Na transação, o fundador adquiriu cerca de 20%, chegando a 80%, e o restante foi distribuído entre os demais – incluindo o irmão de Carlos Roberto, Luís Las Casas Alves, o próprio Brito e um sócio de fora da família que está na operação desde 1984, Raimundo Desidério Caetano.
Segundo Brito, a recompra se deu em condições vantajosas porque os valuations de empresas do varejo na bolsa andam descontados. “Foi um momento oportuno”, afirma. No entanto, a transação aumentou a alavancagem da companhia de 1 para 2 vezes, o que levou o negócio a desacelerar a expansão. A ideia da empresa, agora, é diminuir a alavancagem com a sua geração de caixa, enquanto procura sócios para reacelerar o crescimento.
O Oba acredita que tem potencial para chegar a algo entre 350 e 400 lojas em todo o Brasil, e mais do que dobrar o tamanho no estado de São Paulo. De acordo com o CEO, se o capital para a primeira onda de expansão, focada em São Paulo, vier de um fundo de private equity, o mais provável é que o IPO fique para depois, já que a injeção de dinheiro do novo sócio deverá ser suficiente para esse ciclo… leia mais em Pipeline 04/09/2024