A aquisição do Credit Suisse pelo UBS no Brasil está perto de ser concluída. Segundo interlocutores a par do processo, o Banco Central (BC) já se manifestou favoravelmente à transação, que reflete a compra global da instituição financeira suíça.

A publicação do fechamento da aquisição no “Diário Oficial da União” depende ainda de “providências administrativas por parte dos interessados”, relata a autoridade supervisora ao ser questionada pelo Valor. Depois disso, o BC dá um prazo de 90 dias para a apresentação de um plano detalhado sobre a combinação dos negócios.

No fim de abril, a superintendência geral do conselho administrativo de defesa econômica (Cade) já havia dado sinal verde à operação em que o UBS assume a integralidade dos negócios do concorrente no país, sem restrições. O órgão observou sobreposição em todas as áreas de atuação dos dois grupos – gestão de fundos, de patrimônio, assessoria de negócios, corretagem, distribuição de investimentos e análise de valores mobiliários -, mas nada a ponto de despertar preocupação com questões concorrenciais.

Faltam alguns ajustes lá fora, como divulgou o grupo nesta semana, pedindo às autoridades suíças salvaguardas contra prejuízos relacionados à compra apressada do Credit Suisse. O UBS informou que espera concluir a aquisição no início de junho.

Será a partir dessas definições que o UBS no Brasil vai poder colocar a mão na massa e iniciar uma integração que antecipa em alguns anos os seus planos de expansão no segmento de gestão de fortunas no país. É um negócio em que a administração se avaliava como sub-representada no país dado o seu porte.

Aquisição do Credit Suisse pelo UBS está na fase final no Brasil

Foi um atalho não planejado, já que o casamento entre UBS Group e Credit Suisse Group, num fim de semana em março, foi arranjado pela Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça (FINMA) e o Banco Nacional Suíço. Foi o jeito de contornar uma crise de confiança que abateu o Credit Suisse após provisões bilionárias com operações que se provaram desastrosas nos últimos anos e “prevenir uma maior deterioração da situação financeira do banco [CS] e seus efeitos nos mercados financeiros suíço, europeu e global”, descreveram as instituições no processo avaliado pelo Cade.

Localmente, representantes dos dois grupos ainda não falam a respeito da união, mas alguns pares do mercado de capitais e de investimentos levantam algumas hipóteses de como o UBS deve organizar a incorporação do Credit Suisse e buscam pistas de como vai ficar o jogo competitivo.

Uma das dúvidas quando o negócio foi anunciado era como ficaria a divisão de banco de investimentos do Credit Suisse dada a “joint venture” que o UBS tem como o Banco do Brasil nessa área. Para um executivo do setor, o mais provável é que as operações originadas lá migrem para o UBS BB. Na quarta-feira, o presidente do conselho do UBS, Colm Kelleher, disse que o banco de investimentos do CS estava “fora de controle” e que reduzirá significativamente as operações após a aquisição,….. leia mais em Valor Econômico 26/05/2023