A Arezzo (ARZZ3) informou, na noite da última segunda-feira (16), que fechou a compra da calçadista Vicenza, de origem gaúcha fundada há 30 anos. Essa é a 17ª marca do portfólio da empresa de Alexandre Birman.

De acordo com o fato relevante arquivado na CVM, a empresa pagará cerca de R$ 170 milhões pela companhia. Do total, R$ 103,8 milhões serão pagos em dinheiro pela Arezzo por 60%, e o restante será realizado em transferência de ações.

O modelo de negócios é o mesmo utilizado em negociações anteriores. Hoje, a holding contempla as marcas Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, My Shoes, BAW, Fiever, além de operar a Vans no Brasil, entre outros negócios.

No resultado fechado de 2022, a Vicenza teve uma receita de R$ 80 milhões e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 13 milhões.

Essa é a primeira compra da Arezzo desde a oferta subsequente de ações que levantou R$ 833 milhões em fevereiro do ano passado.

O que achamos

Com base nos valores revelados pela Arezzo, considerando o pagamento em ações para controle de 100% da Vicenza, a holding está pagando 13,3 vezes o Ebitda do ano passado – múltiplo considerado esticado, mas nada muito além do praticado em aquisições anteriores.

Considerando a taxa de crescimento de 30% ao ano, revelada pela Arezzo ao site Pipeline, do jornal Valor Econômico, a holding está pagando 7,8 vezes o Ebitda esperado para 2024. O múltiplo é menor do que a Arezzo negocia hoje, a 11,13 vezes EV/Ebitda.

Essa taxa composta de crescimento pode ainda ser melhor caso as sinergias esperadas aconteçam, como em pesquisa e desenvolvimento dos produtos e inteligência corporativa e tributária.

A aposta da Arezzo também reforça sua exposição ao público das classes A e B, que não sofrem tanta influência da alta dos juros nem têm renda comprometida com consumo não discricionário, o que é positivo no cenário atual.

Hoje, o tíquete médio da Vicenza é de R$ 450, similar ao da Schutz, o que pode gerar algum tipo de complementaridade no público-alvo em pontos de venda multimarcas, desde que não sejam sobrepostos… Leia mais em TradeMap 17/01/2023