Desde 2018, a Varejoconnect vem participado ativamente de algumas das mais relevantes operações de fusões e aquisições no setor supermercadista, em especial, nas transações ocorridas no Estado de São Paulo. Temos acompanhado de perto a consolidação em curso neste setor nesses últimos anos e, especialmente, a mudança de postura do empresariado no que se refere às expansões via aquisição de outras redes.

Há alguns anos, as redes regionais de médio e grande portes entenderam que, para continuar crescendo de forma eficiente e competitiva frente os grandes players do setor, não basta apenas expandir abrindo novas lojas – ficou claro que a “longa jornada” que envolve a abertura de novas lojas (estudo de novo ponto; pesquisa de mercado; licenças de construção; prazo para a execução de obras; licenças de operação; período de maturação da loja depois da inauguração; etc) tem trazido grandes incertezas para o setor varejo de alimentos.

Vários fatores têm contribuído diretamente para essa mudança na mentalidade – opção de expandir via aquisição de outras redes e não apenas através da abertura de lojas – dentre tais fatores, destacamos, o aumento excessivo dos custos de construção, as altas taxas de juros, o rápido aumento da concorrência (principalmente nos formatos atacado, atacarejo e proximidade), a escassez cada vez mais evidente de bons pontos comerciais (o setor disputa os espaços entre si e, também, com setor o imobiliário), a incerteza da performance do novo ponto (mesmo com os estudos prévios de demanda e mercado), a elevada burocracia na construção de novas lojas e, ainda, o prazo médio para a nova loja atingir o seu ponto de equilíbrio (entre 15 a 18 meses).

As principais vantagens em adquirir redes já consolidadas e com boa performance, consistem, basicamente, no acréscimo imediato de faturamento e diluição de custos de operação; no maior poder de compra junto a fornecedores; em pontos comerciais já consolidados (performance comprovada); em menores investimentos com reformas de lojas; não é necessário obter novas licenças das lojas (no caso de venda e compra de CNPJ – quotas/ações); e a diluição do fluxo de investimentos se compararmos a abertura de nova loja versus a aquisição de rede (nas aquisições de rede/loja, normalmente, o é feito 50% à vista e o saldo e 24 parcelas).

Neste cenário e, particularmente no segundo semestre de 2022 e primeiro quadrimestre de 2023, temos verificado um período com grandes desafios, porém, com interessantes oportunidades de expansão via aquisição de outras redes.

O fato é que, de um lado, tradicionais redes que tiveram uma expansão muito forte durante a pandemia com a abertura de novas lojas (às custas de endividamento bancário e juros baixos – à época) tem enfrentado muitas dificuldades financeiras, já que, na grande maioria dos casos, esses endividamentos foram contraídos a juros pós fixados e, atualmente, esses mesmos juros estão em patamares praticamente inviáveis e não se encaixam no Ebitda do setor de varejo de alimentos. Por outro lado, as redes que mantiveram um baixo nível de endividamento e preservaram caixa, hoje têm um cenário atrativo com a oportunidade de fazer excelentes aquisições de redes que atualmente encontram dificuldades financeiras…. saiba mais em Super Varejo 12/05/2023