Como startups legaltechs podem captar recursos em fundos de investimento
O ecossistema de legaltechs, empresas startups que usam tecnologia para impactar o setor do Direito, tem atraído cada vez mais a atenção de investidores, impulsionado pela digitalização do setor jurídico e pelo potencial disruptivo dessas startups. No entanto, captar recursos de fundos de investimento exige uma abordagem estratégica e estruturada. Meu intuito com este artigo é trazer um guia essencial para founders de legaltechs que desejam atrair investidores e escalar seus negócios.
1. Entender o perfil do investidor
Nem todos os fundos estão interessados em legaltechs. É fundamental buscar investidores especializados em tecnologia para o setor jurídico ou com foco em startups B2B SaaS, pois esses investidores tendem a compreender melhor os desafios e oportunidades do nicho.
2. Construir um pitch sólido e atrativo
O pitch (uma apresentação breve e direta de uma empresa, produto, serviço ou ideia), que costuma ser feito por empreendedores que estão em busca de capital com investidores deve destacar:
- O problema jurídico que a startup resolve;
- O diferencial da solução em relação à concorrência;
- O tamanho do mercado e a projeção de crescimento;
- O modelo de receita e a escalabilidade do negócio;
- A equipe e suas competências;
- A estratégia de captação (quanto precisa e para quê).
3. Demonstrar tração e validação de mercado
Investidores buscam evidências concretas do potencial da legaltech. Alguns indicadores importantes incluem:
- Crescimento da base de clientes;
- Parcerias estratégicas com escritórios, tribunais ou empresas;
- Receita recorrente e churn reduzido;
- Propriedade intelectual e vantagens competitivas.
4. Preparar-se para due diligence
A etapa de due diligence é crítica e exige organização documental. Alguns dos principais documentos incluem:
- Cap table (documento que mostra a distribuição de ações e participações de uma empresa) atualizado;
- Contratos-chave;
- Propriedade intelectual registrada;
- Demonstrações financeiras auditadas.
5. Escolher o veículo de investimento adequado
Os fundos podem investir via:
- Equity (participação acionária);
- Convertible Notes (notas conversíveis em participação futura);
- Revenue-based financing (modelo atrelado à receita da startup). A escolha do melhor modelo de captação impacta diretamente a sustentabilidade financeira do negócio.
6. Networking e conexões são essenciais
Participar de eventos, programas de aceleração e manter conexões com investidores são estratégias fundamentais. Muitas rodadas de investimento começam a partir de boas indicações.
7. Ser transparente e ter um roadmap claro
Investidores valorizam founders que conhecem os riscos do negócio e apresentam um roadmap (representação visual de uma estratégia) estruturado para o crescimento. Transparência e consistência são diferenciais importantes nesse processo.
Captar investimentos para uma legaltech exige mais do que uma boa ideia. Construir um negócio estruturado, escalável e atrativo para investidores é essencial. Com estratégia e preparação, é possível acessar os recursos necessários para crescer e transformar o mercado jurídico. Na Aleve priorizamos startups preparadas para receberem aportes e squads que as disponibilizamos em troca de equity. Autora Priscila Spadinger é CEO da holding Aleve LegalTech Ventures S/A, advogada especializada em M&A e investidora anjo.. leia mais em Lexlegal Brasil 27/02/2025