Mais de 85% das startups da América Latina já adotaram o modelo de Planos de Opções de Ações para Funcionários, os ESOPs – uma taxa superior à da Ásia (78%); No Brasil, o número é ainda maior, 86% das startups e 80% dos funcionários consideram esse modelo essencial para sua trajetória profissional; •Os números expressivos destacam a importância dessa estratégia para a atração e retenção de talentos na região.

A Credit Saison, empresa financeira global com atuação em empréstimos e capital de risco corporativo, listada na Bolsa de Valores de Tóquio, uniu-se à Norte Ventures e Caravela Capital, com o apoio das startups da Amazon Web Services (AWS), para liderar o primeiro estudo aprofundado sobre o cenário do Plano de Participação Acionária para Funcionários (ESOPs) na América Latina. O estudo contou com a participação de fundadores para compreender o estado atual dos ESOPs e as estratégias adotadas para enfrentar os desafios na atração e retenção de talentos.

A Credit Saison, Norte Ventures e Caravela Capital tiveram uma resposta bastante significativo ao convite para participar da pesquisa, com mais de 100 startups da América Latina respondendo em apenas uma semana. No total, foram coletadas respostas de 272 startups que, juntas, já captaram mais de US$ 4,7 bilhões.

“Ter uma estratégia sólida de ESOPs é fundamental para o crescimento de uma startup, mas, até agora, as melhores práticas do setor eram pouco claras. Pela primeira vez, fundadores de toda a América Latina se reuniram para liderar essa discussão e compartilhar como estão lidando com a interseção entre participação acionária e capital humano. Com mais de 85% das startups na região adotando ESOPs, isso se tornou indispensável. Os principais players precisam liderar essa mudança, promovendo educação, entendimento e conscientização para dar visibilidade a esse tema tão relevante”, afirmou Looi Qin En, sócio da Saison Capital, o braço de venture capital corporativo da Credit Saison.

Embora o financiamento para startups na América Latina tenha se estabilizado nos últimos trimestres, o aporte na região segue em ritmo lento. Com investidores adotando uma postura mais racional e fundadores priorizando maior controle financeiro, os colaboradores também estão avaliando mais cuidadosamente o equilíbrio entre risco e recompensa ao escolher trabalhar em uma startup.

“Acreditamos que os Planos de Opções de Ações para Funcionários (ESOPs) desempenham um papel essencial na atração e retenção de talentos. Esses profissionais são a base do ecossistema tecnológico da região e, com o crescente interesse sobre o impacto e a importância dos ESOPs, temos o prazer de apresentar descobertas detalhadas sobre os padrões do setor,” destacou Gustavo Ahrends, cofundador da Norte Ventures.

“O amadurecimento do ecossistema de startups na América Latina já não nos faz questionar a qualidade das startups, mas sim quem irá se beneficiar desse crescimento. Nossa pesquisa mostrou que a maioria dos fundadores acredita que oferecer participação acionária aos funcionários deve ser uma prioridade para alinhar incentivos e fortalecer o compromisso de longo prazo (78%). Ainda assim, 3 em cada 4 startups oferecem aos funcionários um prazo de apenas 6 meses ou menos para exercer suas opções,” ressaltou Brunna Zogbi, sócia da Caravela Capital.

Como os fundadores na América Latina abordam os ESOPs:

  • A adoção de ESOPs na América Latina é uma prática comum, com 85% das startups da região já tendo implementado esse plano. Como era de se esperar, a maioria das empresas que ainda não adotaram ESOPs está em estágio inicial ou anterior (89%).
  • Os fundadores estão adotando ESOPs pelos motivos certos. A maioria utiliza esses planos para atrair (81%) e reter talentos (73%) ou para construir uma cultura organizacional positiva, promovendo um senso de pertencimento e propriedade (76%). No Brasil, as principais motivações para a implementação desse modelo são: atração de talentos (87%), promoção de uma cultura organizacional com senso de pertencimento (81%) e redução de custos e aumento de liquidez (38%).
  • … mas é possível tornar os ESOPs mais inclusivos nas organizações. Hoje, apenas 20% das startups oferecem ESOPs para todos os funcionários, enquanto 40% limitam essa oferta apenas à alta gestão. No Brasil, o modelo é oferecido principalmente para altos executivos (40%), seguido por gestores intermediários (35%) e, em menor escala, para todos os colaboradores (25%).
  • A maioria dos fundadores faz um esforço ativo para explicar os ESOPs aos colaboradores, com mais de 90% dos líderes abordando o tema pessoalmente. Esse esforço é algo a ser celebrado e merece ainda mais incentivo. Além disso, a maioria explica os ESOPs antes mesmo de o funcionário aceitar a proposta de trabalho.
  • Apesar disso, é necessário ampliar o conhecimento e a compreensão sobre os ESOPs, principalmente em relação a complementações, questões fiscais e implicações legais. Reduzir essas barreiras pode estimular mais startups a implementar e renovar seus planos de ESOPs.

Resultados da pesquisa que merecem atenção:

  • Para muitos funcionários, os ESOPs podem se tornar proibitivamente caros, já que uma parcela significativa das startups define o preço de exercício no mesmo valor da avaliação alcançada na última rodada de financiamento (30%) e dá menos de 3 meses para que funcionários desligados exerçam suas opções (57%). No Brasil, 30% dos fundadores oferecem opções a um preço baixo ou simbólico. Além disso, 80% das startups concedem aos funcionários um prazo de 6 meses ou menos para exercer suas opções.
  • Um dado alarmante: 1 em cada 4 startups dissolve as opções não adquiridas em um evento de liquidez. Isso significa que os funcionários perdem o direito total às suas opções de ESOPs não adquiridas durante esses eventos e não conseguem colher os benefícios do plano. No Brasil, a consolidação total acelerada para todos os funcionários ocorre em 55% dos casos. Além disso, 25% das opções não adquiridas expiram e são substituídas por novas opções.
  • Nem tudo são más notícias: o modelo de aquisição mensal de ESOPs promove uma compensação mais justa para os talentos e reduz os riscos de demissões em massa. Atualmente, 2 em cada 3 startups na América Latina adotam a aquisição mensal. No caso do Brasil, 80% dos fundadores adotam o modelo de aquisição mensal e 84% utilizam o modelo linear.
  • A adoção de tecnologia para gerenciar ESOPs é promissora, mas ainda há espaço para melhorias. Quase metade das startups da região administra seus ESOPs usando Excel (42%), enquanto apenas uma pequena parcela ainda depende de documentos físicos. Além disso, o uso de plataformas de terceiros também é significativo (32%), embora ainda haja margem para crescimento. No Brasil, os meios mais comuns de administração de ESOPs incluem o uso de ferramentas como Excel (55%), documentos físicos (Hard Copy) 3% e dashboards digitais (35%).

Como colaboradores na América Latina percebem os ESOPs:

  • Os ESOPs são valorizados pelos funcionários na América Latina. A maioria dos colaboradores da região (74%) considera os ESOPs uma prioridade ao avaliar uma nova oportunidade de trabalho e analisa a reputação da empresa para determinar a importância desses planos (82%). Além disso, quase todos os funcionários relatam terem se beneficiado de alguma forma com os ESOPs (95%). Cerca de 80% dos funcionários consideram o modelo de ESOP essencial para sua trajetória profissional, enquanto 74% o valorizam tanto quanto um bônus em dinheiro.
  • Os ESOPs têm se mostrado eficazes na retenção de talentos, com a maioria dos funcionários relatando um maior senso de pertencimento à empresa graças aos ESOPs (90%) e uma maior probabilidade de permanecerem por mais tempo na organização (80%). No Brasil, 91% dos funcionários acreditam que os ESOPs aumentam a probabilidade de permanecerem mais tempo na empresa.
  • No entanto, a liquidez ainda é uma preocupação central para os funcionários em relação aos ESOPs. Mais de 9 em cada 10 afirmam que a existência de um mercado secundário para liquidez é um fator importante ao aceitar ESOPs.

Para acessar o relatório completo, visite: https://stateofesops.com/latam

A Credit Saison é uma empresa financeira global com a missão de conectar pessoas, parceiros e tecnologia para criar soluções financeiras resilientes e inovadoras, gerando impacto positivo. Fundada em 1951 no Japão, é uma das maiores empresas financeiras não bancárias do país, com mais de 70 anos de história e listada na Bolsa de Valores de Tóquio.

A Norte Ventures é um micro-fundo criado por empreendedores, para empreendedores. Co-investimos nas rodadas iniciais de empresas de alto potencial em todo o Brasil e América Latina

Fundada em 2019, a Caravela é uma das principais firmas de Venture Capital focadas no estágio inicial no mercado da América Latina, tendo investido em mais de 30 empresas por meio de dois fundos. Sua visão estratégica impulsiona resultados excepcionais no setor de tecnologia, com investimentos de alto crescimento em empresas como Mottu, Caju, LogComex e nocnoc.

Com informações da Edelman 27/11/2024