A diferença entre os rendimentos dos títulos corporativos e dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos — o chamado “spread” de crédito — diminuiu para o menor nível em quase 20 anos, conforme os investidores apostam em um “pouso suave” para a maior economia do mundo. O spread médio pago por empresas com grau de investimento em relação à dívida do governo dos EUA de prazo semelhante caiu para apenas 0,83 ponto percentual, a menor diferença desde março de 2005.

O spread para tomadores de crédito no mercado de títulos de alto rendimento — classificados como “junk” — é agora de apenas 2,89 pontos percentuais, de acordo com dados do ICE BofA — o menor desde meados de 2007.

Spreads cada vez menores — uma proxy para o risco de inadimplência — refletem a crença dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) terá sucesso em domar a inflação sem desencadear uma recessão na qual algumas empresas teriam dificuldade para pagar suas dívidas.

Mas alguns gestores de fundos temem que o mercado de títulos corporativos dos EUA, que soma US$ 11 trilhões, seja muito complacente sobre riscos econômicos persistentes ou possível turbulência após a eleição presidencial de novembro.

Em termos gerais, o mercado está totalmente precificado para um pouso suave”, disse Mike Scott, chefe da gestora Man Group.saiba mais em Valor Econômico 19/10/2024