O Criatec IV, fundo do BNDES que investe em startups, está recebendo um aporte de R$ 20 milhões do Sebrae-SP, o terceiro investimento de venture capital na história da instituição de apoio a micro e pequenas empresas. Até agora, a captação total do fundo é de R$ 250 milhões, sendo o banco de desenvolvimento responsável por metade. A expectativa é que mais parceiros entrem no projeto nos próximos meses, subindo a cifra para R$ 300 milhões.

O novo veículo vai buscar rodadas seed em 25 a 35 startups brasileiras de faturamento anual de até R$ 20 milhões. Já foi feito um primeiro aporte de R$ 2,75 milhões em uma startup (chamada Proffer, que usa inteligência artificial para aumentar as margens e receitas de companhias do varejo) e o plano é fechar mais seis negócios até o fim de 2024. O capital deve ser suficiente para alocações ao longo dos próximos quatro anos.

A chegada do Sebrae paulista promete ser uma parceria de mão dupla, avalia Reinaldo Coelho, sócio e diretor da Triaxis Capital, uma das gestoras responsáveis por administrar o portfólio do fundo – a função é compartilhada com a Crescera Capital. Para o Criatec, trata-se de uma oportunidade de ter acesso à rede de empresários conectados à instituição, ampliando a possibilidade de negócio com esses empreendedores.

Já para o Sebrae, o aporte representa uma mudança no modus operandi da instituição, conhecida pelas mentorias e apoios aos empreendedores dos mais diversos ramos. Agora, o braço paulista está colocando o próprio capital nos negócios, esperando um retorno em dez anos. Outras duas vezes isso ocorreu: em 2014, o órgão entrou no Fundo de Inovação Paulista; e, em 2021, no Sebrae for Startups, com o montante de R$ 200 milhões. Foi nessa última experiência que a instituição começou a traçar a estratégia de venture capital, retomada nesta parceria com o BNDES.

“Notamos que é também papel do Sebrae apoiar esse tipo de empreendedorismo inovador com recursos financeiros”, explica Marcus Leite, coordenador dos programas de startups do Sebrae. “Precisamos estimular o setor privado e incentivar que mais instituições façam esse apoio.”

Além do Sebrae e do BNDES, também participam do Criatec IV a Agência Estadual de Fomento do Rio de Janeiro, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, o Banco do Nordeste, a Agência de Fomento do Rio Grande do Sul e o Banco de Brasília.

Triaxis e Crescera gerem também o Criatec II, lançado em 2013 com R$ 186 milhões aportados em 35 investimentos — até agora, retornou R$ 330 milhões aos cotistas, e ainda há mais 14 empresas para serem desinvestidas. Algumas saídas incluem a Bling e Vindi, vendidas para a Locaweb, a Konduto, que foi para a Boa Vista, e a EZ-Commerce, comprada pela Linx. “É um portfólio sadio. Queremos repetir a fórmula neste quarto fundo”, diZ Coelho… leia mais em Pipeline 25/09/2024