Riscos de que a inflação fique estagnada acima da meta, ou cresça ainda mais, parecem ter aumentado, apontou Alberto Musalem.

O presidente da distrital do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) de St. Louis, Alberto Musalem, que vota nas decisões sobre juros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), disse em discurso nesta quarta-feira (26) que ainda há trabalho a ser feito para trazer a inflação de volta à meta de 2% nos EUA. Na visão dele, é preciso ter cuidado ao assumir que o impacto da política tarifária sobre os preços será transitório. Os riscos de que a inflação fique estagnada acima da meta, ou cresça ainda mais, parecem ter aumentado, disse.

“Medidas de mercado e pesquisas indicam que as expectativas de inflação no curto prazo aumentaram, com tarifas mais altas frequentemente citadas como o principal fator”, afirmou Musalem. “Com a inflação já acima de 2% em uma economia de pleno emprego, os riscos podem ser maiores do que seriam caso a inflação estivesse na meta ou abaixo dela”, ele acrescentou.

Após a última reunião do Fed, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, disse em coletiva de imprensa que, na sua visão, o impacto da política tarifária sobre a inflação americana seria transitório, embora ainda houvesse muita incerteza.

Musalem também vê que, embora a economia americana ainda esteja se expandindo, o ritmo parece ter desacelerado no primeiro trimestre. Ele disse que o crescimento tem sido apoiado por um mercado de trabalho saudável e condições financeiras, no geral, favoráveis. No entanto, as últimas pesquisas sobre os gastos dos consumidores têm vindo mais fracas do que o esperado, e outros dados têm sido mistos. “As medidas de incerteza da política econômica aumentaram para níveis que podem representar um risco negativo para a perspectiva da economia”, afirmou.

O dirigente defende que o atual ritmo da política sobre juros continuará apropriado até que haja maior confiança de que a inflação está convergindo para a meta. Ele projeta que o indicador de preços irá cair para 2% até 2027, mas, no momento, vê riscos de um resfriamento adicional no mercado de trabalho e de um possível aumento da inflação no curto prazoLeia mais em valorinveste.globo. 26/03/2025