Embalada, economia deverá desacelerar aos poucos em 2025
O cenário visto de hoje é de um PIB ao redor de 2% nos próximos dois anos, se não houver turbulências nos mercados globais.
Não é fácil desacelerar a economia brasileira, mas o Banco Central aumentará os juros igual ou acima do nível do governo de Dilma Rousseff, 14,25%, quando o IPCA era muito mais alto (acima de 10%), para tentar acalmar uma inflação que pode romper o teto da meta pelo segundo ano consecutivo.
O vigor das atividades econômicas, que levaram o PIB para perto de 3,5% no ano, não deve sofrer um freio abrupto. A desaceleração dos salários, do mercado de trabalho e do consumo ocorrerá mais lentamente no primeiro semestre para se tornar mais efetiva no segundo.
As projeções do governo e analistas privados convergem para algo entre 1,8% e 2,5%, estimativa que coincide praticamente com a da capacidade potencial de crescimento da economia.
A maxidesvalorização do real (27%) mudou para muito pior tanto as expectativas inflacionárias quanto o nível de aperto monetário que o BC terá de fazer para domar a inflação. Mesmo com a alta da taxa Selic a 12,25% e a promessa de chegar a 14,25% em março, apenas no terceiro trimestre do ano que vem o IPCA cairá abaixo do teto de 4,5%.
O dólar mudou de patamar, como mostra o painel de estimativas publicado na sexta pelo Valor, e a maioria delas coloca R$ 6 por dólar como média. A depreciação do real acelerou muito a partir de novembro, o que indica que o repasse aos preços pode ter um longo caminho à frente, se a alta do dólar não for sancionada pela demanda…. Leia mais em valor.globo 30/12/2024