A plataforma de inovação Distrito publicou nesta quarta-feira (5/4) o levantamento Fintech Report 2023, que faz uma análise sobre o setor de fintechs nos últimos anos e as tendências do mercado financeiro, como open banking, pix e blockchain, que merecem permanecer no radar. O principal destaque do estudo foi o mercado de crédito, com 252 startups – o equivalente a 17,8% das 1.481 fintechs brasileiras mapeadas pelo Distrito. Elas foram as que mais receberam investimentos ao longo do ano passado e as que mais foram alvos de M&As desde 2018.

De acordo com o relatório, das fintechs com foco em crédito mapeadas, 33% foram fundadas após abril de 2018 – mês em que o Banco Central publicou a resolução nº 4.656, que regulamenta as fintechs de crédito para pessoas físicas e jurídicas no país. O levantamento também aponta que a implementação da quarta fase do open banking em 2023 pode favorecer as empresas do setor. “Por meio dela, as startups obterão acesso ao histórico bancário dos clientes e conhecerão o seu perfil financeiro de imediato, o que as permitirá traçar um score de crédito mais preciso para cada um deles”, diz o texto.

Outras categorias com maior representatividade no segmento são backoffice (15%), meios de pagamento (13,2%) e tecnologia (12,6%). De acordo com o Distrito, 28 fintechs foram criadas em 2022 – em 2021, foram fundadas 84 fintechs.

Fintechs de crédito se destacam no setor

O público-alvo das startups mapeadas é, principalmente, o B2B (51,9%). O levantamento ressalta que houve uma maior procura das fintechs pelo segmento por permitir que o fluxo de caixa seja mais previsível, ainda que as startups tenham surgido inicialmente para atender o público na linha do B2C – foco de 27,1% das empresas apuradas.

“O mercado B2B tem se mostrado uma alternativa promissora para empresas que buscam um modelo mais previsível e eficiente em suas operações financeiras. O B2B permite uma maior previsibilidade do fluxo de caixa e das demandas do mercado, o que ajuda a mitigar os riscos financeiros e melhorar a gestão de recursos. Além disso, o modelo operacional no B2B costuma ser mais enxuto e eficiente, já que não precisa investir tão pesadamente em estratégias de marketing e construção de marca”, diz o relatório.

Em relação aos investimentos, as fintechs brasileiras receberam US$ 3,7 bilhões de dólares em 2021, em 214 rodadas. Em 2022, o montante caiu para US$ 1,6 bilhão, em 168 rodadas. Até o momento, em 2023, já foram investidos US$ 47,9 milhões em fintechs, em 14 rodadas.

No ano passado, as categorias que mais receberam injeção de capital foram: crédito (US$ 603 milhões, em 54 rodadas); serviços digitais (US$ 379,6 milhões, em 16 rodadas); e riscos e compliance (US$ 200 milhões, em oito rodadas). Do total de investimentos realizados em fintechs em 2022, a maior parte (63) foi feita em rodadas seed, seguido por 44 em rodadas pré-seed e 33 em Série A.

No ano passado, 44 operações de M&A foram feitas envolvendo fintechs. Destas, 32 foram feitas por outras startups. As categorias mais adquiridas desde 2018 são: crédito (32 aquisições); meios de pagamento (20) e investimentos (19). Com a queda no valor de mercado de diversas startups, o Distrito avalia que a tendência é que o número de aquisições cresça no país ao longo de 2023… leia mais em PEGN 06/04/2023