Fusões e aquisições: 113 transações realizadas em fevereiro/23
O mercado brasileiro de fusões & aquisições em fevereiro de 2023 reage em relação ao mês anterior. Os setores de Tecnologia da Informação e Instituições Financeiras foram os mais ativos e os investidores nacionais predominaram.
No mês de fevereiro foram realizadas 113 transações, aumento de 8,7%, em relação ao mês anterior e investimento de R$ 8,0 bilhões – crescimento de 33,9%. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 21,0% no volume e redução de 83,2% nos investimentos.
No ano, com 217 operações e investimentos de R$ 13,9 bilhões, representa uma queda de 23,6% no volume e de uma redução de 83,2% no valor, em relação ao mesmo período de jan e fev de 2022, impactando o sentimento do mercado quanto aos desafios macroeconômicos e falta de apetite a risco.
Queda de 14,9% do acumulado dos últimos doze meses, 1.685 operações, comparado com o acumulado de um ano atrás. Voltamos ao patamar de ago/21.
75% dos investidores estão se concentrando cada vez mais em negócios de menor porte, até R$ 50 milhões.
Negócios superiores a R$ 50 milhões registram queda acentuada no ano de 45% no volume e de 85% nos investimentos.
Investidores nacionais não realizam “megadeals” há mais dois meses. E nem IPOs.
Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 78,0% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os setores de TI, Instituições Financeiras e Alimentos e Bebidas foram os mais ativos no primeiro bimestre do ano.
Predomínio dos Investidores Estratégicos no bimestre, com queda tanto no volume, de 15,5%, como de 77,9% nos investimentos.
Os investidores Financeiros registraram queda de 39,2% no volume e redução de 90,6% no montante dos investimentos no acumulado do ano. Realizaram 25 operações no mês de fevereiro num montante de R$ 1,9 bilhão.
Investidores Nacionais registraram no acumulado do ano queda no volume, de 20,6%, e redução no montante, de 86,7% .
No ano os Investidores Estrangeiros registraram redução de 35,7% no volume de transações e queda de 66,8% no valor dos investimentos.
Foram mapeados 18 negócios em fev/23, realizados por investidores de 12 países. Os EUA, com 6 operações e investimento da ordem de R$ 948 milhões foi o de maior apetite.
Maior transação do mês de fevereiro/2023 foi a da Seacrest Petroleo, que tem todos os seus ativos no Brasil, levantando US$ 260 milhões no seu IPO – na bolsa da Noruega. Os seus fundadores também sao cofundadores da petroleira norueguesa OKEA.
Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de FEVEREIRO de 2023.
ANÁLISE DO MÊS
Grau de Concentração setorial
Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de fevereiro/23 por 66,4% do total das operações, contra 65,7% no mesmo mês do ano passado, mantendo-se praticamente inalterado o grau de concentração dos TOPs 5.
Crescimento de 8,7% do número de operações em relação ao mês anterior.
Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de fevereiro 113 transações em 25 setores da economia brasileira, registrando um crescimento 8,7% em relação ao mês anterior (104 operações).
Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se uma queda de 21,0%, quando foram apuradas 143 negócios.
Evolução nos últimos 5 anos
No acumulado dos primeiros dois meses de 2023, apuradas 217 operações, registra uma queda de 23,6% se confrontado com igual período de 2022, quando foram realizadas 284 operações.
Maiores apetites
Setores mais representativos no primeiro bimestre. No gráfico dos setores mais ativos no acumulado do corrente ano, além de (1º) TI, destacam-se (2º) Instituições Financeiras e (3º) Alimentos e Bebidas.
Dos 40 setores rastreados pelo PORTAL 26 setores realizaram operações no mês de fevereiro nos dois últimos anos (2022 e 2023), sendo que 14 apresentaram crescimento, enquanto 12 (46,2%) registraram queda na atividade de transações de fusões e aquisições no comparativo entre os meses assinalados. No gráfico abaixo destacamos os setores de maior apetite com seus crescimentos e quedas no ano.
O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses em queda
Fevereiro registra queda de 1,7% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, com 1.685 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – fev/22, a queda é de 14,9%. Voltamos ao patamar de ago/21.
.No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destaca prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos e, no detalhe, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.
75% dos investidores estão se concentrando cada vez mais em negócios de menor porte, até R$ 50 milhões
Das 113 transações apuradas no mês, 84 são de porte até R$ 49,9 milhões – 74,3% do total e responderam por 15,1% do seu valor ( R$ 1,2 bilhão).
No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, foram registradas 162 transações representando 74,7% do total e 16,0% do valor (R$ 2,2 bilhões).Os investidores estão se concentrando cada vez mais em negócios de menor porte. Impactando uma queda de 12,0% no volume e de 22,0 % em valor, comparado com o mesmo período do ano anterior.
No ano, queda de 45% no volume e de 85% nos investimentos de negócios superiores a R$ 50 milhões
Já para os negócios de porte superior a R$ 50 milhões, foram 29 transações no mês, significando uma queda de 49,1% em comparação com o ano passado, quando foram concretizadas 57 operações, e movimentaram R$ 6,8 bilhões representando uma queda de 88,1%. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 55 transações representando uma queda de 45,0%. Movimentaram R$ 11,7 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior, significando uma queda de 85,4%.
Investidores nacionais não realizam megadeals há dois meses
Vale destacar que a maior queda ocorreu nas transações de porte acima de R$ 1,0 bilhão, indicando uma queda no acumulado de ano de 95,0%, em volume, com 1 operação contra 20, no mesmo período do ano anterior. Em valores esta queda foi de 97,9%.
Inclusive não seria exagero dizer que continuamos na seca de megadeals, pois única operação de valor superior a R$ 1,0 bilhão realizada nos últimos dois meses foi o IPO Seacrest Petroleo – pois todos os seus ativos estão no Brasil – que levantou US$ 260 milhões na bolsa da Noruega, e seus fundadores são da petroleira norueguesa OKEA.
Comparativo das participações das transações em função do porte: variação do volume – percentual – ao longo dos últimos 3 anos.
A mudança estrutural significativa em relação ao mesmo período do ano passado está no fato de as operações de montante até R$ 50 milhões aumentaram sua participação relativa de 67,2% para 74,7%.
Queda de 83,2% do montante dos investimentos em relação ao mesmo mês do ano anterior
Em relação aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 8,0 bilhões, com uma queda de 86,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (60,7%) e Não Divulgados/Estimados (39,3%). Em relação ao mês anterior, verifica-se um crescimento 33,9% quando alcançou o montante de R$ 5,9 bilhões.
Redução de 83,2% do montante dos investimentos no acumulado do ano. Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado do ano estima-se o total de R$ 13,9 bilhões, representando uma queda de 83,2% em relação ao mesmo período de 2022.
Comparativo das participações das transações permite identificas a variação dos investimentos – percentual – em função do porte, ao longo dos últimos 3 anos.
Merece registro a mudança estrutural, em relação ao mesmo período do ano passado, no aumento dos investimentos apurados nas transações de porte de R$ 50 a R$ 500 milhões que tiveram crescimento significativo comparativamente aos anos anteriores, enquanto as transações acima de R$ 1,0 bilhão tiveram uma queda acentuada.
Valor médio das transações
Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 78,0% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 64,1 milhões, contra R$ 291,6 milhões no mesmo período de 2022.
Mesmo com uma queda expressiva no volume de transações das transações de porte superior a R$ 1,0 bilhão, o valor médio do acumulado do ano ficou teve um aumento de 33,6%, comparativamente com o mesmo período do ano anterior.
Dinâmica & Origem dos Investidores
Investidores Estratégicos
Os Estratégicos tiveram queda de 15,5% no volume em relação ao acumulado do ano passado e registraram uma redução de 77,9% nos investimentos
O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 88 operações (77,9%), e responderam por 76,7% dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 158 operações registraram queda de 15,5% em relação ao ano passado. Responderam por 72,8% dos negócios e 76,7% dos investimentos, no montante de R$ 10,7 bilhões, o que significa uma redução de 77,9% em relação ao mesmo período do ano de 2022.
Investidores Financeiros
Os investidores Financeiros tiveram uma redução de 39,2% no volume e redução de 90,6% no montante dos investimentos no acumulado do ano.
Realizaram 25 operações no mês de fevereiro num montante de R$ 1,9 bilhão. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 59 operações – redução de 39,2% – correspondendo a 27,2% dos negócios e 23,3% dos investimentos, no valor de R$ 3,2 bilhões, representando uma queda de 90,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investidores Nacionais
Investidores Nacionais mesmo com maior apetite no acumulado do ano, verifica-se uma queda no volume, de 20,6%, e redução no montante, de 86,7% .
Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 95 operações, 84,1%, e investimento da ordem de R$ 5,1 bilhões, correspondendo a 63,5% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 181 operações – queda de 20,6% em relação ao ano anterior, e responderam por 83,4% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 9,1 bilhões, o equivalente a 65,5% do total, correspondendo a uma queda de 86,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investidores Estrangeiros
No ano os Investidores Estrangeiros registraram queda tanto no volume de transações, 35,7% – como no valor dos investimentos – 66,8%.
Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês, 18 operações – 15,9% do total, no montante de R$ 2,9 bilhões – 36,5 % do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 36 operações registraram uma queda de 35,7% – responderam por 16,6% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 4,8 bilhões (34,5%), o que significa uma queda de 66,8% em relação ao mesmo período do ano de 2022.
No mês de fevereiro/23, foram mapeados 18 negócios realizados por investidores de 12 países.
Os EUA com 6 operações (33,3%) foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 948 milhões (32,6%)
Maior transação do mês de fevereiro/2023
Com ativos no Brasil, Seacrest Petroleo conclui IPO e levanta US$ 260 milhões na bolsa da Noruega – Em meio a uma seca de ofertas de ações no Brasil, a Seacrest Petroleo conseguiu concluir sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa de Oslo, Noruega. A empresa foi fundada em 2020 por Erik Tiller e Paul Murray, que também são cofundadores da petroleira norueguesa OKEA, já listada na bolsa de Oslo. Todos os ativos da Seacrest estão no Brasil, mas sua sede fica em Bermudas.
M&A – QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – TRANSAÇÕES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão diária das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidos a partir de notícias consideradas confiáveis e de boa-fé publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.