O presidente do Morgan Stanley no Brasil, Alessandro Zema, avalia que a recuperação das ofertas públicas iniciais de ações (IPO) de empresas brasileiras deve ocorrer de forma gradual, com o mercado norte-americano sendo o destino das primeiras operações após um intervalo de mais de três anos.

“As empresas que estão pensando em fazer seus IPOs, que estão preparadas, têm tamanho, são pouquíssimas e estão querendo fazer no exterior para acessar um ‘pool’ de capital maior”, afirmou o executivo em entrevista à Reuters no começo da semana.

A realidade hoje é de que ocorram ‘deals’ de tamanhos maiores, e as empresas enxergam o mercado norte-americano neste momento mais propenso a suportar e precificar melhor essas ofertas”, acrescentou, citando como uma das razões, além da liquidez maior, o cenário de queda da taxa de juros nos EUA.

O mais recente IPO de uma empresa brasileira foi o do Nubank (ROXO34), realizado em agosto de 2021, quando seus papéis foram listados em Nova York. Esse evento marcou o fim de um período fértil para aberturas de capital, que, apenas em 2021, somou 46 operações, a maioria delas ocorrendo no Brasil, conforme dados da B3 (B3SA3).

Conforme a perspectiva de Zema, esse longo hiato pode ser interrompido pela Moove, a divisão de lubrificantes da Cosan (CSAN3), que conta com o apoio da empresa europeia de private equity CVC Capital Partners. Esta última anunciou, nesta semana, o lançamento de seu IPO na Bolsa de Valores de Nova York.

Outro nome que vem ganhando destaque na mídia e apoia essa tendência é o PicPay, que pretende realizar seu IPO na Nasdaq em 2025. O banco digital da holding J&F já havia se preparado para uma oferta pública inicial na Nasdaq em 2021, mas optou por cancelar os planos devido a condições desfavoráveis no mercado… leia mais em BPMoney 04/10/2024