Depois de ter comprado quatro empresas ligadas ao setor de logística ao longo dos últimos seis anos, o Magalu resolveu reuni-las sob uma só marca: o Magalog. A integração das operações já vinha ocorrendo há dois anos, com mais intensidade nos últimos 12 meses, em um processo que envolveu back office, times e cultura, e agora, como negócio independete, sente-se pronto para se apresentar ao mercado como um player novo que já nasce com R$ 3 bilhões de receita bruta anual, o equivalente a 6% da receita bruta que o Magalu anotou no ano passado.

Quem ficará à frente da nova empresa é Márcio Chammas, executivo que começou a carreira há 24 anos como vendedor do Netshoes (a marca teve loja física no início), comprado pelo Magalu em 2019, quando ele já era diretor de logística do e-commerce de artigos esportivos. Antes da criação do Magalog, ele comandava a divisão de logística do Magalu, tendo acompanhado de perto quase todas as aquisições feitas nesse setor pelo grupo da família Trajano.

A maior parte do negócio — 70% — serve para atender à demanda do próprio grupo, que inclui Magalu, Netshoes, Kabum e Época Cosméticos, enquanto os outros 30% são clientes do mercado, parte deles absorvidos com as aquisições. Antes, no balanço do grupo, apenas os contratos com outras empresas contribuíam para a receita, enquanto o que o Magalu operava entrava como custo.

“Mas agora que vai separar e ter esse viés de prestação de serviço e crescimento comercial, vamos colaborar com o bottom line”, diz Chammas. “Vamos simplificar a operação e transformar um centro de custo em uma operação que gera receita para o grupo.”

Ele admite que ainda não tem uma estimativa do ganho de eficiência que a empresa deve ter com a integração, mas ressalta que, no mercado de logística, densidade é uma palavra-chave. “Quanto mais produtos eu tiver dentro do carro, menor será meu custo. Com os negócios integrados e uma malha maior, vamos ganhar nisso”, diz ao Pipeline o executivo, que afirma que o Magalog não faz distinção, no atendimento, entre empresas do grupo e clientes de fora.

A primeira aquisição que o Magalu fez no setor foi a da logtech Logbee, com o objetivo de absorver a tecnologia e a expertise, verticalizar o grupo e operar as próprias entregas, mas ainda sem começar a atender outros negócios de e-commerce. Em 2020, vieram a GFL, agora sim carregada de clientes do mercado e com um time comercial que foi mantido, e a Sinclog, de sistemas para controle de frete. Por fim, a família Trajano comprou em 2021 a Sode, de entregas rápidas, para operar distâncias curtas, da loja para a casa do consumidor em até duas horas.

O Magalu não revela o quanto aportou para fazer cada uma das aquisições. Mas afirma que investiu um total de R$ 986,8 milhões em logística ao longo dos últimos seis anos.

A única adquirida do setor de entregas que não entrou no Magalog foi a Aiqfome, um app de delivery que se concentra em cidades de até 200 mil habitantes, concorrendo com o iFood. Como o app opera um nicho muito particular, com uma lógica e um sistema próprios, o Magalu entendeu que não fazia sentido incluí-la na nova empresa… leia mais em Pipeline 31/10/2024