Com uma ata que, no geral, adotou um tom bastante duro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) buscou reforçar que o ciclo de aperto dos juros não chegou ao fim e que, diante da “elevada incerteza” do cenário, optou por sinalizar apenas a direção — de alta — do próximo movimento da Selic. O documento foi bem recebido no mercado, mas não modificou de forma relevante a sensação de que o ciclo deve continuar até junho e de que os juros devem ficar ao redor de 15%, nos maiores níveis desde 2006.

Três pontos de análise de conjuntura foram os que mais chamaram a atenção dos agentes de mercado: a posição do comitê sobre a desaceleração da atividade econômica; o apontamento sobre a importância de os canais de transmissão da política monetária ficarem desobstruídos; e a preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação.

Nesses três pontos, o colegiado foi visto como mais conservador pelos participantes do mercado, o que fortaleceu a percepção de juros mais altos e por um período prolongado. “O cenário de convergência da inflação à meta torna-se mais desafiador com expectativas desancoradas para prazos mais longos e exige uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado”, escreveu o próprio comitê na ata… leia mais em Valor Econômico 26/03/2025