MVP: como startups podem reduzir riscos e custos ao desenvolver uma solução?
O Produto Mínimo Viável (MVP) é a maneira mais simples de uma empresa validar uma nova solução. Especialmente para startups, que são conhecidas por sua abordagem inovadora e ágil, o MVP permite uma rápida compreensão do comportamento do cliente em relação ao que é lançado. Isso não só facilita futuros ajustes e melhorias, mas também contribui significativamente para a redução de riscos e custos associados ao desenvolvimento de produtos e serviços inovadores.
Ajudando a reduzir riscos e custos
O MVP é a primeira versão de um produto ou serviço, projetado para atender às necessidades básicas dos primeiros clientes, conhecidos como early adopters. Esse modelo simplificado é lançado no mercado para validar a viabilidade do produto, permitindo que a startup colete feedbacks dos usuários reais. Com base nessa resposta, a empresa pode aperfeiçoar o lançamento ao longo do tempo, melhorando sua oferta e a experiência do comprador.
Após o MVP lançado, pesquisas de satisfação e coleta de feedbacks devem ser realizadas, para que erros sejam corrigidos e o produto melhore. Para o teste de validação do MPV existem os testes alpha, quando o MVP é lançado para um grupo restrito de pessoas, e o teste beta, quando o público geral tem acesso ao produto.
O Instagram, por exemplo, constantemente realiza um teste beta no Brasil, um dos países com o maior volume de usuários na rede social. Depois, caso o teste seja validado, ele expande para outros países. Foi o que aconteceu com a ferramenta stories, após a escalada do Snapchat nos Estados Unidos.
Principal obstáculo hoje
O principal desafio que as startups devem vencer hoje é compreender que não é necessário ter o melhor produto para começar a vender, mas sim uma versão inicial — simples e facilmente validável — que pode ser aprimorada com o tempo. Também é crucial reconhecer que o item ideal para o fundador pode não ser o preferido do mercado em geral. Isso requer uma mentalidade de foco no problema a ser resolvido, como defendido pelo autor Uri Levine, em seu livro Apaixone-se pelo problema, não pela solução. Muitas vezes, os empreendedores acreditam que têm o melhor a oferecer, sem realmente entender as necessidades dos compradores, o que pode levar à resistência a mudanças e dificultar o sucesso da startup.
Métricas de validação do MVP
Para validar o MVP, as startups utilizam métricas como a adesão (refletida nas vendas e, consequentemente, na receita) e a churn, que é a desistência do cliente. A partir da receita e das desistências é possível avaliar outra métrica, a chamada LTV, ou Lifetime Value, que representa o tempo que o usuário utiliza o item. Outra métrica importante é a CAC, ou Custo de Aquisição do Cliente, que é o esforço necessário para que cada comprador seja convertido, através de marketing e estratégias de vendas. Após o consumo e o feedback do usuário, outras métricas podem ser avaliadas, como o NPS, ou Net Promote Score, e a Customer Satisfaction (CSAT), que avaliam a satisfação dos compradores e ajudam a empresa a identificar áreas de melhoria.
Em resumo, o MVP é uma ferramenta poderosa que permite às startups reduzir riscos e custos ao desenvolver uma solução. Ao lançar uma versão inicial e simplificada de um item, a empresa pode validar rapidamente sua oferta no mercado, coletar feedbacks e ajustar sua estratégia com base nas necessidades de quem compra. Essa abordagem interativa e centrada no consumidor é essencial para o sucesso e a criação de produtos inovadores que atendam às demandas dos clientes. Autor: Rafael Kenji Hamada – médico, CEO da FHE Ventures e da Health Angels Venture Builder, fundos de investimento no formato de venture builder, com tese em saúde e educação.
Com informações da NB Press Comunicação 03/07/2024