Medir o impacto, seja ele positivo ou negativo, de uma ação humana na sociedade e no meio ambiente é um trabalho complexo. Para uma empresa, então, é algo ainda mais desafiador. Indicadores, porém, são necessários para empresas avançarem na agenda ESG. Em métricas de impacto, a Natura é referência.

A empresa de cosméticos Natura não é uma grande referência em sustentabilidade para consumidores e especialistas à toa. Há pelo menos dez anos a empresa trabalha medindo seu impacto, em especial, na Amazônia, onde mantém, desde o início dos anos 2000, projetos para valorização dos ativos naturais e do trabalho e conhecimento da população local, em sua linha Ekos.

Natura mede impactos positivos e negativos

Em 2020, chegou a uma nova metodologia, chamada de Integrated Profit and Loss (IP&L), que contempla mais de 50 blocos de indicadores e tem como objetivo medir em tudo que a empresa faz três pilares de impacto, seja ele positivo ou negativo, o capital social, o capital ambiental e o capital humano, de acordo com a vice-presidente de Finanças da Natura &Co América Latina, Silvia Vilas Boas. A empresa já integra essas métricas às financeiras para tomar decisões. “Temos uma visão desde a extração do insumo na floresta, passando pela transformação, manufatura, comercialização até o consumo final”, aponta a executiva.

O capital ambiental foi o primeiro a ser trabalhado. Em 2010, a companhia decidiu acompanhar com lupa a cadeia de óleo de palma, que é usado em muitos de seus produtos, medindo da extração ao pós-consumo. Se não for bem cuidada, a produção pode causar impacto negativo ao meio ambiente. De lá para cá, foi aperfeiçoando a análise para considerar uso e consumo de água, conservação de floresta, uso da terra, geração de resíduos, contaminação do ar, entre outros. Também acrescentou dois outros pilares: capitais humano e social. “Não dá para se discutir impacto no capital natural sem considerar o impacto social”, afirma Vilas Boas… leia mais em Valor Econômico 29/03/2023