Gestora de venture capital especializada em investimentos em SaaS, a Oria Capital finalizou um embate societário e agora vai se concentrar na captação de seu quarto fundo de investimento, que já está em fase avançada.

A ex-sócia Fabiana Cid de Andrade, que era responsável por relações com investidores, havia aberto uma arbitragem contra a gestora no ano passado, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, para sua reintegração e para bonificações que argumentava ter direito. As duas arbitragens foram concluídas no final do ano passado, dando ganho aos sócios-fundadores da firma.

“Depois de uma longa discussão, que é situação desagradável, os árbitros nos dois processos entenderam que a mudança na sociedade tinha sido totalmente legal, dentro das regras previstas em contratos, e por uma questão de desempenho”, diz Paulo Caputo, que fundou a Oria com Jorge Steffens.

No processo, Andrade argumentava que teria direito à taxa de sucesso no desinvestimento da Tecnisys – segundo Caputo, não houve distribuição desse resultado aos sócios. “Os recursos foram utilizados na Oria”, diz. Os sócios recompraram a participação de Andrade pelo valor previsto e agora a ex-sócia deve arcar com os custos dos processos.

O Pipeline não conseguiu contato diretamente com Andrade, mas procurou seus advogados – o escritório BVZ disse que não iria comentar o assunto. (Esta reportagem poderá ser atualizada com o posicionamento da executiva.)

A Oria levantou um novo fundo em 2020, que já foi todo investido em companhias como Ambar, Gupy, Knewin e Zenvia – nesta, a gestora já era investidora e hoje tem controle acionário.

Em meados de 2023, a firma começou o processo de captação para seu quarto fundo, que busca entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões. O first closing deve ser em abril, com US$ 30 milhões. “Nossos investidores são principalmente fundos de fundos americanos e nem eles estão captando”, comenta Caputo. No cenário de juros altos e câmbio volátil, os fundos de participação têm tido maior desafio nas captações.

“Fazer private equity e venture capital no Brasil é fácil, só os primeiros 20 anos que são difíceis”, brinca. A Oria tem 16 anos… leia mais em Pipeline 30/01/2025