O setor de saneamento e outros que devem estar na pauta de concessões em infraestrutura, como rodovias, estão na mira do fundo de pensão canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ). O fundo tem perto de US$ 400 bilhões sob gestão globalmente. No Brasil, seus investimentos somam mais de US$ 5 bilhões, em setores de infraestrutura maduros, como linhas de transmissão e energia. Há quatro meses, Eduardo Farhat, veterano no universo de private equity, assumiu a cadeira de diretor-gerente no CDPQ no Brasil e de vice-presidente de infraestrutura do fundo para América Latina. De acordo com Farhat, o saneamento é um segmento alinhado à política de investimento do CDPQ, de longo prazo e impacto social positivo.

Saneamento entra na mira do CDPQ

Fundo está atento a marco regulatório do setor

O executivo acrescenta, entretanto, que o fundo quer primeiro entender se haverá mudança no marco regulatório no novo governo para entrar no segmento. “Temos gasto tempo relevante estudando o setor de saneamento e estamos atentos para ter tranquilidade de que a nova lei não será alterada e a estratégia de maior presença do investidor privado será mantida”, diz.

Área de transportes também é alvo

O CDPQ está olhando também investimentos no setor de transporte aéreo e marítimo, e buscando oportunidades em rodovias com pedágios. Mas nenhum passo deve ser tomado até que haja maior clareza quanto aos marcos regulatórios e quanto à estabilidade macroeconômica do País. “O CDPQ é um investidor de muito longo prazo, um capital construtivo e paciente. Nunca compramos para vender, mas para ficar e operar”, destacou. No México, por exemplo, o fundo tem uma concessão que vai até 2063, com US$ 3 bilhões alocados.

Investimentos no Brasil começaram há 10 anos

O CDPQ é um investidor institucional que administra vários planos de pensão públicos e parapúblicos e programas de seguros em Quebec, maior província canadense. No Brasil, o fundo investe há cerca de 10 anos. Há quatro abriu um escritório no País, quando três grandes investimentos foram fechados.

Em 2019, anunciou a aquisição da TAG em parceria com a Engie, uma transação que envolveu perto de R$ 33 bilhões e que deu ao fundo uma participação de 31,5% na maior malha de transporte de gás natural do Brasil. No ano passado, adquiriu da Telefonica Brasil 50% da Fibrasil, empresa de rede neutra de fibra ótica. Este ano, adquiriu os ativos de transmissão de energia do Grupo Terna na América Latina, incluindo Brasil… leia mais em MSN 30/12/2022