A captação líquida das empresas – considerando recursos provenientes do crédito bancário e dos mercados de capitais – vem caindo há seis meses consecutivos e está no menor nível desde março de 2020, ou seja, no auge do temor trazido pelo início da pandemia de coronavírus. Dados do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe) mostram que a retração é puxada pela queda nas emissões de títulos no mercado local, mas os empréstimos de bancos estão no menor patamar desde 2016, quando o Brasil enfrentou a maior recessão da sua história.

O quadro indica que as condições financeiras para empresas vão continuar difíceis nos próximos meses, pressionando os indicadores de inadimplência e recuperação judicial. Analistas dizem que a situação ainda vai piorar bastante antes de começar a melhorar, mesmo que o Banco Central (BC) sinalize em breve o início do ciclo de redução de juros. Isso porque os cortes serão lentos e o efeito na economia não será imediato.

Situação financeira de empresas vai piorar antes de melhorar
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De acordo com o Cemec, a captação líquida das companhias foi de R$ 37,092 bilhões na média móvel de três meses. Comparado com o pico de setembro do ano passado, a retração é de 84,1%. O montante é formado por saldos positivos de R$ 38,355 bilhões em empréstimos internacionais intercompanhias, R$ 34,784 bilhões em mercado doméstico de dívida, R$ 13,898 bilhões em títulos de dívida internacionais e R$ 1,214 bilhão em “crédito direcionado outros”. Em contrapartida, há saldos negativos de R$ 46,947 bilhões em crédito bancário com recursos livres, R$ 4,212 bilhões em crédito do BNDES e uma conta zerada em emissões de ações… leia mais em Valor Econômico 19/05/2023