Startup Labs: no investimento em empresas inovadoras, otimismo — mas com foco
Depois da euforia da pandemia e da “seca” de investimentos que se seguiu, com os juros nas alturas, o cenário para startups em 2025 é de otimismo. E o Rio deve dar contribuição importante a esse mercado: novas políticas públicas querem alavancar o desenvolvimento de novas empresas e atrair data centers para a cidade, com foco em geração de empregos e retenção de talentos no setor.
O panorama foi apresentado pelos participantes do evento Startup Labs, que aconteceu anteontem, no Jockey, e reuniu fundadores de startups, especialistas e investidores. O encontro foi uma realização de Pequenas Empresas & Grandes Negócios e O GLOBO, com o Rio de Janeiro como Cidade Anfitriã e parceria de Extra e Valor Econômico.
Segundo os especialistas, os investidores recuperaram o apetite por startups, de olho em negócios com gestão mais eficiente, sobretudo em segmentos como biotecnologia (as biotechs) e com alto grau tecnológico em seus negócios (as chamadas deeptechs). Se, no passado, a meta era virar “unicórnio” (startup que vale mais de US$ 1 bilhão), agora o foco é parar de dar prejuízo.
— As métricas cada vez mais vão para crescimento sustentável e retorno sobre capital investido — disse o managing partner da Globo Ventures, Luis Lora.
Soluções para transição energética, inteligência artificial e biotecnologia são as principais apostas, e negócios com potencial de crescimento em longo prazo chamam mais a atenção, disse a diretora de investimentos do Softbank, Maria Tereza Azevedo.
O BNDES, por exemplo, vai abrir um fundo voltado a biotechs, revelou a gerente de investimentos, Livia Faria. Outro fundo será feito com a Petrobras e apoiará startups com soluções para transição energética.
— Quando olhamos apetite, oportunidade e talento, o nível é muito saudável — afirmou Maria Tereza.
No Rio, o cenário também é de otimismo para startups. O presidente da Invest.Rio, Alexandre Vermeulen, destacou no Startup Labs que a cidade é sede de importantes universidades e parques tecnológicos, o que torna o ambiente atraente para empresas tecnológicas. No Porto Maravalley, hub de inovação, já há 35 negócios estabelecidos. A meta é terminar o ano com 40 e fechar 2025 com cem empresas, projetou o CEO Daniel Barros.
Recentemente, representantes da academia, de startups, do governo, de fundos de investimento e grandes empresas assinaram manifesto com um chamado à união de forças para transformar o Rio no epicentro da inovação brasileira. A cidade também tem ambição de se tornar a capital da inovação na América Latina. Alguns dos benefícios disso seriam a geração de empregos na área de tecnologia e a retenção de mão de obra qualificada.
— Quando falamos de cidades inovadoras e inteligentes, estamos pensando na qualidade de vida da população. É um trabalho de médio prazo — disse Vermeulen, segundo o qual o Rio avalia criar um programa para atração de data centers de IA.
Mais inclusão
A criação do Porto Maravalley é uma das estratégias para fazer do Rio um polo de inovação. Inspirado em modelos como o Porto Digital, em Recife, o hub preenche uma lacuna da cidade: faltava um espaço para conectar empresas do ecossistema, disse Barros:
— O Rio perdeu oportunidades no passado e não pode mais esperar 20 anos para se desenvolver. Queremos fazer em três a cinco anos o que Recife fez nos últimos 20…. saiba mais em Revista PEGN 28/11/2024