A Due Diligence é, de certa forma, um “exame médico” da organização, onde cada aspecto relevante é analisado, permitindo assim, a identificação de potenciais problemas, riscos e incertezas que podem impactar no valor da empresa ou comprometer o sucesso da transação.

Por ser um procedimento de natureza investigativa, ela abrange diferentes escopos, como o contábil, financeiro, tributário, ambiental, contratual e trabalhista, entre outros. Seu objetivo é levantar dados ocultos a um primeiro olhar, fornecendo uma visão clara e precisa do negócio em questão, fundamental para embasar a transação e validar os resultados financeiros apresentados.

Tendo isso em vista, a due diligence surge como um dos principais pilares para a tomada de decisões informadas e seguras no complexo cenário das fusões e aquisições (M&A). ‘Os riscos inerentes à atividade empresarial impõem ao potencial grupo comprador, o dever de investigar minuciosamente a situação real dos ativos para realizar seus investimentos’, relata Franklin Tomich, especialista em M&A e sócio da FT Aquisições.

De acordo com o profissional a análise é de extrema importância tanto do ponto de vista jurídico, como contábil e financeiro, conforme ele explica abaixo:

Sob a perspectiva jurídica, o principal objetivo é avaliar contingências e obrigações não reveladas, identificando riscos e passivos potenciais que podem estar ocultos nas informações apresentadas da empresa. Esse exame detalhado impacta diretamente a definição do valor da transação, as condições de pagamento e até a retenção de parte dos valores envolvidos. Passivos ocultos, incertezas relacionadas a litígios, potenciais débitos tributários e falhas na conformidade com práticas de governança corporativa podem influenciar significativamente a percepção de valor e o risco associados à operação.

Sob a perspectiva contábil e financeira, a due diligence é fundamental para avaliar a saúde financeira da empresa, garantindo que todas as informações contábeis estejam em conformidade com as normas e princípios aplicáveis. Esse processo envolve a análise detalhada dos demonstrativos financeiros, como o balanço patrimonial, a demonstração de resultados e o fluxo de caixa, além da verificação de registros contábeis e transações passadas.

‘A Due Diligence contábil busca identificar possíveis irregularidades nos demonstrativos financeiros, nas práticas contábeis e em passivos não registrados que possam impactar a avaliação da organização. Além disso, avalia a rentabilidade, liquidez e estrutura de capital da empresa, proporcionando uma base sólida para a valoração do negócio e para as negociações. Esse processo assegura ao comprador maior segurança e clareza sobre seu investimento, acrescenta Tomich.

O processo de due diligence também desempenha um papel essencial em mitigar riscos, identificando fraquezas ou oportunidades ocultas, e permitindo que as partes envolvidas ajustem suas expectativas e negociem termos contratuais que protejam seus interesses. No âmbito das fusões e aquisições, ela não só evita armadilhas, mas também ajuda a armazenar vantagens competitivas, garantindo uma transição suave e bem-sucedida para ambas as partes.

No entanto, a execução eficaz de uma due diligence exige a participação de uma equipe especializada, pois, a profundidade da investigação deve ser adequada à complexidade do negócio, com especial atenção às áreas críticas, como conformidade regulatória, litígios pendentes e estrutura de capital. Além disso, a comunicação transparente entre as partes é essencial para a troca eficaz de informações e para a adaptação às novas descobertas que possam surgir durante o processo.

‘Em um ambiente de negócios dinâmico e competitivo, a Due Diligence é uma ferramenta indispensável para assegurar que as transações de M&A, não só atinjam seus objetivos estratégicos, mas também entreguem o valor prometido. Portanto, seja na compra ou venda de uma empresa, a atenção aos detalhes proporcionada por esse processo pode ser a chave para o sucesso da transação’, finaliza o especialista da FT Aquisições. Autor : Franklin Tomich – sócio da FT Aquisições e professor nos cursos de pós-graduação da PUC.

Com Informações da NF Assessoria de Imprensa & Comunicação 12/11/2024