Para a Natura &Co, a operação vai ajudar na sua desalavancagem financeira e a posicioná-la para focar em suas estratégias prioritárias.

A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) aprovou, sem restrições, a venda da Aesop, pela Natura &Co, para a L’Oréal. Se nenhum concorrente ou conselheiro questionar o parecer da SG nos próximos dias a operação será considerada definitivamente aprovada. O valor da operação é de aproximadamente R$ 12,74 bilhões.

As empresas informaram ao Cade no começo de maio que a L’Oréal Austrália, integralmente detida pela L’Oréal, iria adquirir a totalidade do capital social e votante da Natura Brazil Pty, holding detentora do Grupo Aesop atualmente detida pela Natura Cosméticos.

A L’Oréal informou que pretende fomentar e expandir o potencial de crescimento da Aesop. Já para a Natura &Co, a operação vai ajudar na sua desalavancagem financeira e a posicioná-la para focar em suas estratégias prioritárias, em especial a integração na América Latina.

Aesop
A Aesop no Brasil comercializa apenas produtos próprios, com vendas feitas diretamente aos consumidores por meio do seu próprio comércio eletrônico, assim como de sua única loja física própria localizada em São Paulo (SP). Já o grupo L’Oréal comercializa seus produtos predominantemente por terceiros revendedores varejistas.

Considerando a estratégia de vendas da Aesop, segundo as empresas, não haveria qualquer racional econômico para que o Grupo L’Oréal viesse a limitar ou restringir o fornecimento de suas diversas outras marcas para canais de venda já existentes. Além disso, o sistema de vendas da Aesop no Brasil é bastante simples (apenas uma loja física e um website próprios) e não seria capaz de oferecer oportunidades suficientes de vendas para a comercialização de produtos L’Oréal no varejo.

No parecer, a SG afirma que a Aesop não é uma marca significativa no segmento de beleza e cuidados pessoais no Brasil, independentemente da definição de mercado relevante considerada. “O aumento de concentração de mercado resultante da operação proposta é, em todos os cenários analisados, desprezível e não desperta quaisquer preocupações concorrenciais”, afirma a Superintendência no parecer.

Além disso, a pasta destaca que o mercado brasileiro de beleza e cuidados pessoais é “reconhecidamente competitivo” em todos os seus diferentes segmentos, com diferentes concorrentes relevantes atuando em cada categoria… Leia mais em valorinveste.globo. 17/05/2023