A Vitru contratou os bancos UBS BB e Itaú BBA para encontrar um comprador ou um potencial sócio em operação de fusão, apurou o Pipeline. Estão na mesa em tratativas com a companhia a Cruzeiro do Sul Educacional, assessorada pelo BTG Pactual, e a Yduqs, assessorada pelo Morgan Stanley, conforme três fontes com conhecimento do assunto.

No caso da Cruzeiro do Sul, trata-se de uma fusão de companhias hoje de portes semelhantes, mas cujo desenho de governança é um item de debate para acomodar famílias e fundos acionistas de ambos lados. Já para Yduqs, seria uma aquisição, o que torna a discussão sobre preço mais sensível dada a demanda por prêmio por parte da Vitru.

Já houve conversa sobre preço nos dois casos, mas não há proposta vinculante. A depreciação das ações ainda complica uma avaliação satisfatória na troca de papéis ou no desembolso em dinheiro, disseram as fontes. Por isso, ainda não há definição se a tratativa vai avançar com alguma das partes.

Tanto Vitru quanto Cruzeiro do Sul têm baixa liquidez em bolsa. A Vitru foi listada em bolsa americana, mas acabou transferindo a negociação para B3, o que não se refletiu em maior volume de negociação.

Com a forte reprecificação dos ativos de educação em bolsa desde a pandemia, discussões regulatórias e dificuldade de digerir aquisições, conversas entre os grupos para alternativa de M&A têm sido uma constante – mas não haviam chegado ainda à fase de propostas, mesmo que iniciais e não vinculantes.

Em um ano, as ações da Yduqs caíram 50%, a Cruzeiro do Sul desvalorizou 22% e a Vitru cai 30% desde junho, quando veio para a B3 – na Nasdaq, foi listada a US$ 16 em 2020 e, quando decidiu fazer a migração este ano, o papel era cotado a US$ 9,07.

A Vitru tem entre os principais acionistas, com mais de 10% de participação cada, fundos como SPX Carlyle, Vinci, Crescera e 23S. A família Zaher e a Advent são acionistas de referência da Yduqs e a Cruzeiro do Sul é investida do GIC.

Procuradas pelo Pipeline, a Vitru não comentou; Cruzeiro do Sul Educacional e Yduqs disseram que “não comentam rumores de mercado”… leia mais em Pipeline 24/09/2024