A Nomo, uma startup brasileira fundada há dois anos por um grupo ex-Stone que sonhava em construir uma operadora digital de telecom, acaba de atrair duas referências da indústria. Numa extensão da rodada de R$ 15 milhões que já havia captado com Iporanga Ventures e nomes como Eli Horn e Guilherme Weege (Malwee), a companhia levantou mais R$ 1,5 milhão.

O montante muda pouco o caixa da Nomo, que ainda mantinha 60% do capital da rodada, mas ajudou a trazer Roberto Rittes, executivo que fez o turnaround da Nextel e a vendeu à Claro por R$ 3,5 bilhões, e Yann Schuermans, que foi um dos principais nomes da Circles.Life — a operadora digital de telecom Singapura se tornou o benchmark e recebeu investimentos de fundos como Warburg Pincus e Sequoia.

Saímos da área de tech do mercado financeiro para inovar em telecom, um negócio que sofre com muito churn e reclamação”, disse Henrique Garrido, o jovem fundador e CEO da Nomo. Inspirado nas fintechs que disruptaram o mundo dos bancos, a startup quer fazer o mesmo com a conta de celular, melhorando a experiência (e os traumas) dos consumidores que lidam com as operadoras tradicionais.

Nomo a operadora digital de telecom

Se instituições de pagamentos como Nubank e fintechs C6 e Neon ajudaram a mudar a experiência dos clientes com suas contas digitais, a Nomo é uma operadora digital que se propõe a substituir empresas tradicionais como Vivo, Claro e TIM, diz Garrido.

Com um aplicativo, o consumidor lida mais facilmente com sua conta de celular elimina as burocracias de pagar um boleto todo mês. Com a tecnologia desenvolvida pela Nomo, a conta de celular passou a ser paga como o Netflix, cobrada mensalmente no cartão de crédito.

Segundo Garrido, a recepção dos consumidores indica que a Nomo está no caminho certo. Enquanto operadoras tradicionais chegam a apresentar um NPS inferior a 10, na operadora digital a métrica de satisfação dos clientes está acima de 80. Na Circles.Life, referência nessa indústria, o NPS está mais perto de 50%.

A Nomo ainda é muito pequena, com poucos milhares de clientes — no Brasil, são mais de 220 milhões de chips, o que dá uma ideia da dimensão do mercado —, mas aposta na experiência do cliente para crescer. “Crescemos 40% ao mês e 35% das nossas vendas vem da indicação”, afirmou Garrido, ressaltando o poder da propaganda boca a boca na redução do custo de aquisição de clientes.

Para oferecer a serviço de aos clientes, a Nomo usa a infraestrutura de terceiros, numa aposta no modelo de neutralidade de infraestrutura. A Telecall, representante da Vivo, é a parceira que concede o uso de antenas e torres para a startup. Na expansão, a Nomo concentra as atenções no Sudeste, região de 80% dos clientes e, não à toa, onde está o melhor sinal da Vivo. A startup possui cerca de 15 mil pessoas na lista da espera.

Além da operação voltada ao consumidor, a Nomo prepara uma vertical BtoB para aproveitar a oferta de tecnologia que construiu — como o sistema próprio pagamento — para oferecer a outros operadores de telecom, como provedores regionais de banda larga. A nova vertical foi inspirada Circles.Life, operadora digital que construiu uma poderosa área de “technologia para telecom as a service”… leia mais em Pipeline 15/12/2022