A AB InBev, principal cervejaria global, está perto de fechar o que pode ser um dos maiores negócios do mundo.

A cervejaria, liderada pelos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, negocia a compra da SABMiller, a segunda maior cervejaria do mundo.

O negócio gira em torno de US$ 80 bilhões.

Se for fechada, a negociação dará à AB InBev – controladora da Ambev – um terço do mercado de cerveja do planeta.

A AB InBev e a SABMiller são complementares. Somente na China e nos Estados Unidos poderá haver sobreposição de negócios. Mas, nas outras regiões do mundo, as atividades das duas gigantes são complementares.

A AB InBev não esconde seu poderio financeiro.

Três anos depois de ter comprado a Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser, a companhia já quitou o montante que estava previsto para ser pago em cinco anos.

Com isso, a empresa já tem caixa para novas aquisições.

Uma das características do trio que comanda a cervejaria é o apreço por fazer negócios em tempos de crise.

O primeiro grande passo dos sócios foi a compra da Brahma, às vésperas da primeira eleição direta no País. Apavorados com a ideia de Luiz Inácio Lula da Silva vencer o pleito, os donos da Brahma venderam a cervejaria a um preço abaixo do mercado.

Mas, naquele ano, Lula foi derrotado nas urnas por Fernando Collor de Mello.

Em 1999, em meio a uma forte desvalorização do real, a Brahma se uniu à Antarctica, criando a Ambev.

Cinco anos mais tarde, a empresa fechou a compra da cervejaria belga Interbrew.

Em 2008, em meio ao estouro da crise mundial, a Ambev fechou a compra da Anheuser-Busch.

E agora, enquanto os países desenvolvidos se veem em uma nova turbulência global, a companhia pode fechar o maior negócio da história. Por Guilherme Barros
Fonte:iG06/10/2011