O espanhol Abanca anunciou hoje que desistiu de comprar o EuroBic “uma vez que as condições acordadas para o referido objetivo não foram cumpridas”, indicou o banco num comunicado.
Abanca anunciou hoje que desistiu de comprar o EuroBic “uma vez que as condições acordadas para o referido objetivo não foram cumpridas”, indicou o banco num comunicado.
A notícia, avançada pelo jornal Eco, foi assim confirmada pelo organismo, que “comunica que, apesar de ter dedicado esforços e recursos significativos à aquisição de 95% do banco português EuroBic, foi forçado hoje a desistir da operação, uma vez que as condições acordadas para o referido objetivo não foram cumpridas”, indicou na mesma nota.
“O acordo tinha sido comunicado a 10 de fevereiro de 2020 e tinha sido indicado, como habitual neste tipo de operações, que estava sujeito a determinadas condições. O Abanca comunicou esta decisão ao EuroBic e ao Banco de Portugal”, referiu a instituição espanhola.
Ainda assim, o Abanca realçou que mantém interesse no mercado português e que “continuará a analisar potenciais operações de aquisição que fomentem sinergias ao seu projeto em Portugal”.
Em Portugal, “o Abanca tem um projeto sólido e em crescimento, com presença nas principais cidades e centros económicos, o que lhe permite posicionar-se como instituição financeira líder em ‘advisory banking'”, realça o comunicado.
A 05 de maio, o Abanca dizia que tinha renovado a aposta na compra do Eurobic, mas por um preço inferior ao inicial, devido ao “efeito adverso” provocado pela covid-19.
“Naturalmente que os possíveis efeitos da covid-19 têm de estar retratados na negociação, porque vão ter claramente um efeito adverso”, defendeu o presidente do banco, Juan Carlos Escotet Rodríguez, durante a videoconferência de imprensa em que anunciou os resultados do primeiro trimestre.
O Abanca, que também está presente em Portugal, teve lucros de 127 milhões de euros de janeiro a março de 2020, depois de aumentar as provisões para 78 milhões de euros, nomeadamente para enfrentar os desafios criados com a pandemia de covid-19.
Juan Carlos Escotet Rodríguez repetiu, em resposta aos jornalistas, que o grupo mantinha, nessa altura, a aposta “estratégica” em Portugal e na compra do Eurobic.
O banco espanhol chegou no início de fevereiro a um pré-acordo para comprar 95% do capital do português EuroBic, aguardando as autorizações das autoridades regulatórias.
A operação estava “pendente da finalização” de uma ‘due diligence'”, um processo de busca de informação sobre uma empresa, neste caso do EuroBic, com o objetivo de fixar de forma objetiva o preço final da operação.
“O processo de ‘due diligence’ está por concluir e depois entramos na fase de negociação do contrato e condições financeiras, esperando ter resultados até ao fim de maio”, disse, nesse dia, o presidente do Abanca.
Juan Carlos Escotet Rodríguez insistiu que “a possível diminuição do valor [do Eurobic] pode ter uma certa importância e isso tem de estar incorporado na operação”.
 Em 22 de janeiro último foi anunciado que a empresária Isabel dos Santos iria abandonar a estrutura acionista do EuroBic, uma medida para “salvaguardar a confiança na instituição”, referia o banco, após a divulgação de documentos de uma investigação jornalística, num caso designado de ‘Luanda Leaks’.
O Abanca gere um volume de negócios de 85.537 milhões de euros, 37.166 milhões de euros em empréstimos e 47.621 milhões de euros em recursos de clientes, com mais de 700 escritórios e 6.000 trabalhadores… Leia mais em msn 20/06/2020