Os acionistas da BR Properties aprovaram ontem, em assembléia geral extraordinária, os termos da oferta pública de aquisição (OPA) proposta pela GP Investimentos. Essa aprovação sinaliza que pelo menos o percentual mínimo de adesão será obtido no leilão, marcado para o próximo dia 11.

A GP Investimentos pretende adquirir entre 112,76 milhões e 172,4 milhões de ações. Isso corresponde a uma faixa entre 37,81% e 57,81% do capital total da BR Properties.

Os acionistas da BR Properties aprovaram a dispensa de “poison pill” (mecanismo de proteção à dispersão acionária), e os custos para obtenção das renúncias de credores ao direito de declarar vencimento antecipado de dívidas da companhia.

A dispensa da “poison pill” foi aprovada por 56,73% dos acionistas presentes. Em relação aos termos e às condições referentes aos custos para a renúncia dos credores, 54,79% dos representantes de acionistas presentes na AGE votaram a favor. Nos dois casos, o número ultrapassa o mínimo de adesão de 112,76 milhões de ações no leilão para que a operação proposta pela GP Investimentos seja concluída.

Na semana passada, a GP elevou de R$ 10 para R$ 11 por ação o preço oferecido na OPA da BR Properties. OS R$ 11 embutem prêmio de 33% sobre o cotação de fechamento dos papéis ordinários de emissão da BR Properties na data em que a intenção da OPA foi divulgada. Mesmo após o aumento, o valor ofertado é inferior à faixa apurada pelos assessores financeiros do conselho de administração da companhia, que foi de R$ 12,20 a R$ 14,13.

Ontem, os papéis da BR Properties fecharam cotados a R$ 10,19, na BM&FBovespa, com desvalorização de 0,77%. O Ibovespa terminou o dia com queda de 0,65%, aos 53.563 pontos.

Na avaliação de um analista que acompanha o setor, até a realização do leilão, o preço das ações deve oscilar entre R$ 10 e R$ 10,5. Isso porque há um risco de o percentual de adesão na oferta superar o limite máximo proposto pela GP, o que resultaria em rateio.

Na tentativa de evitar o risco de ficar com parte dos papéis após a OPA, em cenário de menos liquidez do que o atual, parte dos acionistas pode optar por já se desfazer de uma fatia das ações, o que evitará que o valor supere, no mercado, os R$ 11 propostos, conforme o analista.  Por Chiara Quintão Fonte: Valor Econômico Leia mais em sinicon 03/05/16