A indústria automobilística prevê para 2012 um crescimento de 4% a 5% no mercado de veículos novos, o que significa a renovação do recorde de vendas obtido neste ano. A previsão foi anunciada hoje pela Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país.

Se a estimativa for confirmada, os brasileiros deverão comprar de 3,77 milhões a 3,81 milhões de veículos no ano que vem. Para acompanhar este crescimento, a produção das montadoras deverá crescer 2%, chegando a 3,49 milhões. A atividade das montadoras será mais concentrada no mercado interno, dado que as projeções da Anfavea apontam para uma queda de 5,5% nas exportações no ano que vem, totalizando 510 mil veículos.

Os números traçados pela Anfavea também levam em conta a tendência de maior participação dos carros brasileiros no mercado em virtude do aumento do IPI ao veículos importados, que puxaram o desempenho do mercado em 2011.

Em entrevista coletiva à imprensa, Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, disse que as previsões também consideram as recentes medidas anunciadas pelo governo para estimular o consumo doméstico, a queda dos juros e um cenário de boa disponibilidade de crédito. Segundo ele, o aumento de IPI para carros com conteúdo regional inferior a 65% deve mudar a divisão de mercado entre nacionais e importados no ano que vem.

Até novembro, as importações de veículos no país subiram 32,3%, para 763,8 mil unidades, enquanto as vendas de veículos nacionais recuaram 1,4%, totalizando 2,52 milhões de veículos.

Belini ainda comentou que não tem informações sobre novas medidas de estímulo ao setor, dentro das iniciativas do governo para aquecer a economia. “O incentivo já foi a flexibilização das medidas macroprudenciais e a queda dos juros. Eram as medidas que estávamos esperando e que aconteceram.”

Para 2011, a Anfavea revisou de 5% para 3,3% a expectativa sobre o crescimento das vendas de veículos, agora ao redor de 3,63 milhões. A previsão de crescimento da produção segue em 1,1%, para 3,42 milhões de unidades. De acordo com Belini, as adicionais férias e folgas concedidas pelas montadoras no fim do ano devem ajudar o setor a ajustar seus estoques, que ficaram em 35 dias em novembro, abaixo dos 40 dias de outubro. Por Eduardo Laguna
Fonte:Valor07/12/2011