Cantora de sucesso deve aportar “expertise em construção de marcas” na fintech.

Anitta, uma das cantoras mais populares do Brasil no momento, acaba de ingressar no conselho de administração do Nubank.

Em comunicado, a gigante fintech informa que Anitta vai participar de reuniões trimestrais com os outros seis conselheiros e a diretoria do Nubank para discutir “decisões estratégicas” do futuro do banco digital.

“É muito chato e constrangedor não conseguir ter acesso a produtos financeiros. Muita gente na América Latina sempre viveu de emprego informal. Como essas pessoas vão ter histórico de crédito? Fiquei impressionada ao ver o trabalho do Nubank em fazer com que milhões de pessoas se sintam incluídas, podendo ter uma vida financeira melhor”, afirma Anitta, mostrando sintonia com a mensagem geral do Nubank.

Christiane Junqueira, cofundadora do Nubank, não poupou elogios na sua declaração na nota, afirmando que Anitta “levou o funk brasileiro a outro patamar e criou uma marca mundial gigantesca” e é “uma empresária de sucesso que vai nos ajudar a aprimorar ainda mais os produtos para nossos clientes”.

O conselho da Nubank, como não poderia deixar de ser em uma empresa que ainda outro dia estava captando US$ 1,15 bilhão de investidores, incluindo Warren Buffett, é uma coleção de pesos pesados.

Tem cadeira no conselho entre outros Jacqueline Reses, ex-presidente da fintech Square e atual presidente do conselho consultivo econômico do banco central dos Estados Unidos; Daniel Goldberg, ex-presidente do Morgan Stanley no Brasil; Luis Alberto Moreno, ex-presidente do BID e David Vélez, presidente-executivo e fundador do Nubank.

Não se sabe como funciona a dinâmica do conselho da Nubank e que input Anitta terá nos rumos da empresa. O que se sabe é que se associar à cantora é sem dúvida um ganho de imagem de 40 milhões de clientes, se comunicando com um público de massa.

O Nubank não chega a mencionar o fato na sua nota, mas a contratação de Anitta pode ser entendida como uma resposta a uma gafe de Cristina Junqueira ao participar do influente programa de entrevistas Roda Viva da TV Cultura no ano passado.

Na ocasião, respondendo sobre a ausência de negros no alto escalão da empresa e sua opinião sobre programas de quotas, Junqueira disse que o nível de exigência para se trabalhar no banco é alto e que não dá para “nivelar por baixo”.

A fala repercutiu mal nas redes sociais e o Nubank, até então uma marca de reputação ilibada, foi acusado de racismo, em meio a uma tempestade dessas que talvez agora poucas pessoas se lembrem. O banco publicou uma nota de desculpas assinada pelos três cofundadores dias depois.

Para Anitta, a contratação pela Nubank é mais um passo em uma carreira corporativa, que se desdobra em paralelo com o crescente sucesso internacional da cantora de 28 anos (dos seus 53 milhões de seguidores no Instagram, um terço já é de fora do Brasil).

Em 2019, Anitta foi contratada como líder de Criatividade e Inovação da Beats, uma cerveja da Skol voltada para o público jovem, que lançou também uma versão da bebida inspirada no funk carioca.

Meses antes, Anitta foi um keynotes do Universo Totvs, evento para clientes da Totvs, durante o qual explicou seu planejamento de carreira e as ideias para se transformar numa espécie de marca ambulante.

“Eu não penso em ser cantora por muito tempo. Eu penso que depois dos 30 eu já vou estar quase parando, diminuindo. Aí eu pretendo trabalhar com outros projetos que hoje eu dedico uma parte do meu tempo, como a área empresarial, de consultoria e criação para terceiros”, disse a cantora na ocasião.

O plano parece estar indo bem para a garota do Rio… Leia mais em baguete 21/06/2021