Apesar da carreira de mais de 20 anos como gestor de educação, o fundador da rede de escolas Inspira, André Aguiar, se recusa a deixar a sala de aula. Enquanto administra o segundo maior grupo de educação básica do País, não abre mão de ensinar matemática. A didática será de grande valia no ano que vem, quando precisará “educar” investidores sobre o valor do negócio que pretende levar à Bolsa. Segundo Aguiar, com as aquisições, a empresa, controlada por um fundo de private equity do BTG, vai superar 100 escolas e estará pronta para a abertura de capital. A oferta inicial de ações (IPO, em inglês) só não sairá em 2023 se a “temperatura” do mercado não permitir.

O tom professoral será bem-vindo para falar sobre uma tese de negócio que difere da concorrência. A ideia da Inspira é consolidar o mercado sem uma metodologia única de ensino. Isso significa que as escolas compradas são mantidas praticamente inalteradas, sem padronização. O ganho de escala se dá pela unificação de áreas que podem ser centralizadas (como emissão de boletos, por exemplo) e no acesso a recursos – via mercado – para permitir a expansão de colégios tradicionais em suas regiões.

Um exemplo disso é a última aquisição, em Santa Catarina, único Estado do Sul no qual a companhia não estava presente. O Centro de Ensino Guroo, com 520 alunos, tem 33 anos de tradição em Florianópolis. O negócio foi fechado após três anos de conversas e pelo interesse dos proprietários em ter um sócio para abrir mais unidades. No processo de aquisição, além de preservar a cultura das escolas, a ideia é que os donos virem sócios da Inspira. Hoje, já são mais de 20 empreendedores nessa condição.

Após aporte de R$ 500 milhões Inspira avança pelo País

O plano de negócios do grupo está adiantado. A previsão era chegar ao fim do ano com 100 escolas e um faturamento anual próximo de R$ 1 bilhão. Hoje, o grupo já contabiliza 104 escolas, mais de 45 mil alunos e faturamento anual de R$ 1,1 bilhão, na conta que considera a mais recente aquisição e acordos fechados que devem ser anunciados nos próximos meses.

Companhia recebeu aporte de cerca de R$ 500 milhões

Um aporte de capital de cerca de R$ 500 milhões no primeiro semestre ajudou o grupo a seguir com as compras em ritmo acelerado pelo Brasil. O reforço contou com R$ 300 milhões via emissão de debêntures e cerca de R$ 200 milhões dos acionistas, entre os quais o fundo de private equity (de participação em empresas) do BTG… leia mais em Estadão 10/08/2022