O banco digital recebe um aporte de R$ 85 milhões de Roberto Rezende Barbosa, seu principal acionista, e vai oferecer crédito sem garantia e antecipação de recebíveis para pequenos negócios.

Em abril, quando anunciou a aquisição da IOUU, uma fintech de empréstimos peer-to-peer para empresas, o LetsBank (antigo SmartBank) deixou claro sua estratégia: fazer parcerias com grandes empresas para levar crédito às companhias menores que se relacionam com elas – do microempreendedor aos pequenos e médios negócios.

Depois de passar os últimos meses dedicado a integrar a IOUU e realizar testes, chegou o momento de o LetsBank começar, para valer, a colocar dinheiro na praça. O empurrão que faltava veio do empresário Roberto Rezende Barbosa, o principal acionista da holding que controla o LetsBank, chamada de NK 031 e também dona do Voiter, antigo Banco Indusval. Sozinha, a holding de Barbosa acaba de desembolsar R$ 85 milhões para turbinar o crédito do banco digital. Leia também demais posts relacionados a CRÉDITO SEM GARANTIA no portal Fusões & Aquisições.

O montante chega depois de ele já ter investido R$ 100 milhões na reformulação do negócio. Com a nova injeção de capital, o LetsBank espera ter uma carteira de R$ 500 milhões daqui a um ano.

Boutique de investimentos

Quem também está envolvido no negócio é Pércio de Souza, fundador da Estáter, uma boutique de investimentos especializada em fusões, aquisições e reestruturação de empresas. Souza, que tem um acordo com Barbosa para assumir 51% do LetsBank caso consiga recuperar as finanças do Voiter, tem atuado no dia a dia como um conselheiro.

“Começamos a experimentação em maio. Testamos modelos de crédito, criamos um histórico e fizemos ajustes em uma safra de três anos que a IOUU tinha”, diz Souza, ao NeoFeed. “Agora, queremos acelerar a carteira de crédito.”

Hoje, o LetsBank tem 29 grandes empresas como parceiros, entre elas o Grupo Trigo, dono da rede de fast food Spoleto. As parcerias renderam ao banco digital um total de 2,4 milhões de clientes. No momento, há negociações avançadas com mais 20 parceiros, como Natura e Comgás, que fariam a base chegar a 4 milhões de micro, pequenas e médias empresas, com faturamento entre R$ 30 mil e R$ 30 milhões por ano.

“As parcerias com as grandes empresas são a nossa primeira ponte para chegar ao ecossistema sobre o qual eles têm influência, de clientes (também empresas) e fornecedores”, afirma o CEO do LetsBank, Marcelo Bella.

“White label”

Para atingi-los, o LetsBank tem dois caminhos. Uma delas é por meio do modelo “white label”, quando o banco digital oferece a experiência bancária e o parceiro entra com a marca. É o que faz o Spoleto, do Grupo Trigo, que, com o LetsBank por trás, pode oferecer crédito aos seus franqueados. No outro cenário, o próprio LetsBank faz a concessão diretamente para o cliente. O parceiro atua apenas como a ponte entre os dois.

Nem todos os clientes, porém, serão de crédito. O LetsBank, que também oferece os serviços bancários de transação, estima que poderá ter uma base de pelo menos 10 mil clientes com empréstimos tomados, com um tíquete médio de R$ 50 mil por operação.

Em outubro, o banco digital passará a oferecer a modalidade de crédito sem garantia. Para minimizar o risco, o LetsBank aposta em uma modelagem baseada em um uso intensivo de dados e pretende se valer do relacionamento com os parceiros….…Leia mais em neofeed 27/09/21