Da OCZ à Microsoft, as rainhas do drama do ano passado

 Para o canal de TI, 2013 foi cheio de decisões, estratégias e movimentos controversos. E alguns dos dramas tiveram impacto enorme não só nas respectivas empresas, mas em toda a indústria. Aqui estão as dez empresas mais polêmicas do ano.

 10. OCZ Technology 
 A outrora poderosa pioneira da tecnologia de drive de estado sólido desabou neste ano. A OCZ entrou com pedido de falência no mês passado e estava à beira da liquidação antes de ser adquirida recentemente pela Toshiba por reles US$ 35 milhões. Como chegou a isso? A empresa ficou para trás no mercado de SSD e foi forçada a afundar seus produtos de memória DRAM. Mas a grande polêmica envolveu as finanças: depois de várias ações judiciais de acionistas atingirem a empresa, a OCZ foi obrigada a reformular seus lucros de vários anos, até 2008.

 9. Facebook
 Outro ano, outra série de mudanças na privacidade do Facebook. Em 2013, a gigante das redes sociais afirmou que pode usar mensagens, fotos e informações pessoais para servir anúncios no site. Mas, talvez pior, o Facebook eliminou um recurso de privacidade chave que permite aos membros esconder seus perfis de outros usuários do Facebook que não são designados “amigos”. Como resultado, qualquer membro do Facebook será capaz de olhar a linha do tempo e o perfil de alguém. O Facebook disse que a mudança afetou uma “pequena porcentagem” de membros, mas não disse especificamente quantos membros utilizaram a configuração de pesquisa.

 8. Intel 
 A Intel normalmente não causa polêmica, mas 2013 foi diferente graças a uma mudança de estratégia que se mostrou extremamente impopular entre os integradores de sistemas. No início do ano passado, a Intel anunciou que estava abandonando paulatinamente seus negócios de placa-mãe de desktop depois de 20 anos, com as placas finais a serem fabricadas até o final de 2015. Integradores surpreendidos pela decisão ficaram furiosos. Mesmo com a Intel dizendo que parceiros de OEM como Gigabyte e Asus continuarão produzindo placas de referência da Intel, os integradores alegaram preferir trabalhar com a própria Intel, que oferecia melhores serviços de transporte e de substituição de garantia. E mesmo que a Intel não interrompa suas placas-mãe até 2015, dizem os parceiros que novas placas de desktop baseados em Haswell estão em falta.

 7. Juniper 
 A Juniper Networks teve o ano marcado por vazão de talentos. Em doze meses, perdeu sete principais executivos só de sua equipe de canal, incluindo o ex-chefe do canal EUA Frank Vitagliano, que assumiu uma posição de canal da Dell, e seu sucessor, Chris Jones, que recentemente saiu para se juntar Avaya. E ainda por cima a empresa também viu a partida do CEO Kevin Johnson, que anunciou sua aposentadoria em julho. Há parceiros perguntando por que a Juniper parece não conseguir segurar seus funcionários – e se a empresa pode tornar-se novamente um verdadeiro desafiante a rede líder Cisco.

 6 . Autonomy 
 A Autonomy é como uma doença persistente da qual a HP não consegue se livrar. Apesar da recuperação da HP em 2013, a a aquisição da empresa de software do Reino Unido ainda era uma fonte de controvérsia. Em primeiro lugar, o escritório de combate a fraude do Reino Unido anunciou em março que tinha aberto uma investigação criminal sobre as práticas contábeis da Autonomy antes da aquisição pela HP. Em seguida, outra bomba caiu em maio, quando uma ação coletiva, movida por vários grupos de investidores, alegou que a HP tentou sair do negócio apenas algumas semanas antes da aquisição fechada no final de 2011 (leis do Reino Unido, no entanto, impediram a HP de cancelar o acordo nesse ponto).

 5. Apple 
 Em um anúncio surpresa, uma subcomissão do Senado dos EUA maio alegou que a Apple estava evitando pagar bilhões de dólares em impostos usando paraísos fiscais offshore. A Subcomissão Permanente de Investigações do Senado emitiu um relatório afirmando que o uso de três subsidiárias no exterior, que não eram de nenhum residente fiscal de qualquer nação, pela Apple, permitiram reduzir significativamente a sua carga tributária. Enquanto o relatório do Senado alegou todas as práticas da Apple eram legais, a subcomissão criticou as ações da empresa. Isso levou a CEO da Apple, Tim Cook, a defender sua empresa em uma audiência controversa que desencadeou um debate sobre os impostos corporativos e abrigos offshore.

 4. Dell 
 2013 foi um dos anos mais cruciais na história da Dell. Plano de Michael Dell para comprar de volta a empresa e fechar seu capital, debate animado sobre o preço de recompra e valor para o acionista, plano de aquisição hostil por Carl Icahn, grande abalo de gestão de canais e revisão de suas contas e vendas de parceiros estratégicos da Dell Direct foram alguns dos fatos que marcaram o ano.

 3. RSA
 A NSA e seus programas de vigilância nacionais têm sido um tema candente. E enquanto os vazamentos de dados por Edward Snowden implicaram várias grandes empresas de tecnologia, a empresa de segurança RSA encontrou-se no centro da mais recente tempestade. Segundo relatório recente da Reuters, a NSA pagou à RSA US$ 10 milhões através de um contrato secreto para permitir ao governo federal colocar uma porta dos fundos no âmbito da tecnologia de criptografia RSA. Isto veio depois da RSA emitir um boletim a clientes em setembro afirmando que não deveriam usar a tecnologia de criptografia BSAFE da RSA porque continha uma porta dos fundos criados pela NSA.

 2 . Amazon 
 Enquanto a Amazon fica maior, a gigante do e-commerce e da cloud computing parece tornar-se um ponto maior de discórdia com o canal. A empresa continua a expandir sua EC2 e as empresas Amazon Web Services, mas, na maioria das vezes, os fornecedores de soluções são deixados de fora. Há quem compara a Amazon a uma ex-potência de vendas diretas – a Dell –acusando a gigante da nuvem de seduzir revendedores com a sua grande marca e preços baixos. Além disso, a Amazon se tornou um tema quente sobre o seu contrato de 10 anos e US$ 600 milhões com a CIA, que foi contestado pela IBM (a Amazon acabou por ser autorizado a prosseguir com o contrato, mas não antes de algumas ações judiciais e uma quantidade significativa de conversa fiada entre as duas gigantes da tecnologia). 

1. Microsoft 
 Por onde começar com a Microsoft de 2013? A empresa lutou com seu sistema operacional principal e mesmo com a atualização do Windows 8.1 o Menu Iniciar ainda estava faltando. Em seguida, houve a aquisição da fabricante de smartphones Nokia por US$ 7,2 bilhões. E não se esqueça do anúncio surpresa do CEO Steve Ballmer, em agosto, avisando que ele se aposenta em 2014, o que levou a Microsoft a se esforçar rapidamente para uma substituição com rumores e especulações sobre o próximo executivo-chefe. Mas o maior drama para os parceiros da Microsoft foi sem dúvida a decisão de limitar as autorizações de revenda do Microsoft Surface para apenas 10 provedores de soluções dos Estados Unidos, o que levou muitos VARs a questionarem a estratégia de canais da gigante do software.
Fonte: crn.itweb 03/01/2014