Depois que a japonesa Kirin comprou o controle da Schincariol, o Grupo Petrópolis, dono das cervejas Itaipava e Crystal, se tornou o único grande fabricante brasileiro de cerveja com capital exclusivamente nacional.

Mas, segundo o diretor de marketing e relações com o mercado da Petrópolis, Douglas Costa, a empresa não tem interesse em ser o próximo alvo de aquisição até se tornar nacional, meta que deve ser atingida só em 2018.

“O presidente do grupo, Walter Faria, não pensa em venda ou fusão agora”, diz Costa. “O objetivo é tornar a empresa nacional e, só depois, se for interessante para a Petrópolis, discutir alguma proposta”. A Petrópolis concentra as suas vendas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, mas aos poucos vem expandindo fronteiras. “Estamos iniciando este mês a distribuição das nossas marcas em Manaus”, diz o executivo, que já está presente na região Norte no Acre e em Rondônia.

No Nordeste, região que está entre as prioridades de Ambev e Schincariol, a Petrópolis mantém um distribuidor na Bahia, mas com volume pouco expressivo. “Com certeza, nossa próxima fábrica será aberta no Nordeste”, afirma Costa, sem definir datas. De acordo com o executivo, seria necessário somar pelo menos mais cinco fábricas às atuais quatro para que a empresa atingisse presença nacional. Hoje o grupo trabalha com 130 distribuidores no país, chegando a cerca de 400 mil pontos de venda, e tem 10,1% do volume do mercado de cervejas.

Na terceira colocação no ranking dos produtores, depois da líder absoluta Ambev (que pertence à AB Inbev) e da Schincariol (agora Kirin), a Petrópolis permanece ainda à frente da Heineken que, no Brasil, é dona da Kaiser. Considerando que o mercado brasileiro se tornou um dos alvos prioritários dos grupos cervejeiros no mundo, uma vez que o consumo nos Estados Unidos e Europa está em declínio ou estagnado, é de se esperar que a Petrópolis chame ainda mais atenção daqui para frente. Por Daniele Madureira

Fonte: Valor10/10/2011