Atlas quer dobrar ativos de geração solar no Brasil
Pandemia também pode ser uma oportunidade para a empresa expandir as operações com aquisições
A empresa de energia solar Atlas Renewable Energy anunciou que pretende dobrar sua carteira de ativos no Brasil nos próximos anos, mesmo em meio à projeção de forte retração da economia local devido ao coronavírus. Segundo apuração da Reuters, a pandemia, inclusive, poderá ser uma oportunidade para a companhia, aproveitar eventuais dificuldades de rivais para expandir suas operações com aquisições.
Na América Latina, a Atlas, controlada pelo grupo de private equity britânico Actis, possui atualmente cerca de 400 megawatts em usinas solares em operação no Brasil, além de quase 500 megawatts já com energia vendida em contratos e prontas para implementação.
O gerente-geral da Atlas no Brasil, Luis Pita, afirmou que a meta é dobrar de volumes nos próximos três anos. “Desde que haja oportunidades no mercado, estamos prontos para qualquer operação que se encaixe nessas metas”, disse.
A empresa também planeja a venda de contratos privados de energia renovável para empresas que operam no mercado livre de eletricidade, onde grandes consumidores podem negociar diretamente o suprimento com geradores e comercializadoras.
Esses contratos corporativos de energia já são populares nos Estados Unidos e na Europa, chegando também no Brasil, que segundo o presidente-executivo da Atlas, Carlos Barrera, já é o maior mercado da América Latina para esses negócios. “Inclusive, o Brasil tem sido o primeiro da região a apontar sinais de recuperação na demanda por esses contratos”, acrescentou o executivo.
Na visão dele, a pandemia afetou o mundo todo. “No início da pandemia as coisas ficaram meio quietas, mas agora já começamos a ver uma retomada de processos para contratar energia, pessoas buscando energia limpa”, completou.
Recentemente, a companhia anunciou o fechamento de contratos privados de 15 anos com a mineradora Anglo American e a empresa de produtos químicos Dow. Os acordos serão atendidos com a produção de usinas construídas em Minas Gerais e na Bahia.
A Atlas também acredita que novas oportunidades de aquisições deverão aparecer mais adiante. “As oportunidades de fusões e aquisições devem surgir em seis a 12 meses”, afirmou Barrera, acrescentando que a Atlas está “muito bem capitalizada” para enfrentar a pandemia mesmo enquanto investe em seus projetos em andamento e busca expansão.
A empresa, segundo ele, tem financiado os investimentos no Brasil com recursos próprios e fontes que incluem financiamentos com o Banco do Nordeste (BNB). A Atlas também avalia a emissão de debêntures, que poderiam ser classificadas como títulos verdes devido à sustentabilidade de seus projetos de energia solar… Leia mais em portalsolar 15/07/2020