O Banco de Brasília (BRB) fez uma oferta e pode ficar com uma fatia no Banco do Estado do Sergipe (Banese). Isso significa que dois bancos controlados por governos estaduais podem estar caminhando para uma forte parceria estratégica, embora uma eventual fusão teria uma trajetória bem mais complicada. Ambos são listados em bolsa, mas com liquidez muito baixa.

Em fato relevante enviado à CVM, o BRB afirmou que enviou ao Banese proposta não vinculante com as bases para a negociação de operação envolvendo aumento de capital do banco sergipano, sem alteração de controle acionário. “O anúncio dos termos e condições finais da operação ocorrerá mediante a conclusão bem-sucedida das tratativas com os acionistas controladores.”

Já o Banese disse que, em continuidade às discussões estratégicas acerca da capitalização da companhia, se encontra em tratativas confidenciais de possível parceria estratégica com o BRB. “A proposta recebida é resultado da prospecção de investidores captados em processo competitivo conduzido pelo Governo do Estado de Sergipe, através do BB-BI, e o anúncio dos termos e condições finais da operação ocorrerá mediante a conclusão bem-sucedida das tratativas com o acionista controlador, que, se concretizada, não alterará o controle societário do Banese”.

Banco de Brasília faz oferta

Segundo o Valor apurou, o BRB ficaria com uma fatia bastante relevante no Banese, apesar de não controladora. Dada a diferença de tamanho entre as instituições, o aporte não deve pesar muito para o banco brasiliense, que poderia pagar por boa parte da transação com seu caixa. A operação será toda primária, ou seja, os recursos vão para o caixa do Banese, e nada para o acionista controlador. O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), está no fim do seu segundo mandato e não pode concorrer à reeleição, o que pode ter facilitado as negociações com o BRB. Além disso, como não se trata de uma privatização e não vai haver uma mudança de controle, é mais fácil defender o caso perante a população.

O banco sergipano diz que a operação tem o objetivo de fortalecer a posição da companhia no mercado, incluindo oportunidades de negócio relacionadas também às suas subsidiarias. “A companhia informa ainda que, como é característica de negociações desse tipo, não se pode assegurar que qualquer das tratativas em andamento resultará na consumação de transação de qualquer natureza, e que, no momento, não existe nenhum compromisso vinculante envolvendo o Banese, suas subsidiárias e qualquer terceiro”…. leia mais em Valor Econômico 17/08/2022