Os depósitos do Signature Bank e alguns de seus empréstimos foram assumidos por uma unidade do New York Community Bancorp, medida que pode ajudar a acalmar parte da turbulência que tomou conta dos bancos regionais dos EUA.

O Flagstar Bank de Hicksville, Nova York, do NYCB, concordou em comprar US$ 38 bilhões em ativos, incluindo US$ 25 bilhões em dinheiro e cerca de US$ 13 bilhões em empréstimos, da FDIC (Federal Deposit Insurance Corp.), disse o credor em comunicado. Também assumiu passivos de cerca de US$ 36 bilhões, incluindo US$ 34 bilhões em depósitos.

As 40 filiais da Signature operarão como locais Flagstar a partir desta segunda-feira. O banco sofreu intervenção no último dia 12 de março sem outra instituição pronta para assumi-lo, o que os reguladores normalmente se esforçam para ter antes de fechar um banco.

Como parte do acordo, a FDIC obtém direitos sobre as ações ordinárias do New York Community Bancorp avaliadas em até US$ 300 milhões.

Embora o negócio não tenha conseguido vender todos os ativos do Signature, o acordo demonstra que existem compradores para tais ativos e força entre os bancos, disse Todd Phillips, membro do Roosevelt Institute e ex-advogado da FDIC.

“Na medida em que o mercado está procurando um sinal aqui, isso definitivamente mostra que ainda há saúde no sistema bancário”, disse ele.

Bancorp assume o Signature Bank

Cripto fora do acordo

A oferta da Flagstar excluiu cerca de US$ 4 bilhões em depósitos relacionados aos negócios bancários digitais da Signature, disse a FDIC. Esses depósitos serão fornecidos diretamente aos clientes vinculados ao banco digital, afirmou.

O Signature estava entre os três principais bancos dos EUA que quebraram em rápida sucessão neste mês, levantando a preocupação de que um contágio estivesse se espalhando entre os bancos americanos enquanto eles tentavam se ajustar ao rápido aumento nas taxas de juros que desvalorizaram seus ativos. Além disso, os promotores dos EUA estavam investigando o trabalho do Signature Bank, com sede em Nova York, com clientes do setor de criptoativos.

Os reguladores perderam a confiança na administração e se lançaram neste mês para apreender o banco, junto com o Silicon Valley Bank. As quebras dessas duas empresas, bem como o colapso dias antes do Silvergate Capital Corp., outro credor próximo das criptomoedas, alimentaram preocupações sobre os efeitos colaterais para outros credores regionais e para a economia em geral.

Assim como o Silicon Valley Bank, com clientes compostos quase inteiramente por empresas, o Signature tinha uma base de depósitos que não tinha seguro. Isso pode ter atraído a atenção dos reguladores que analisam a estabilidade dos bancos com grandes bases de depósitos não segurados…. leia mais em Valor Econômico 20/03/2023