Bava espera sinergias maiores do que R$ 5,5 bilhões após a fusão
Desconsiderando possibilidades de uma eventual consolidação do mercado de telefonia móvel no Brasil, o CEO da Portugal Telecom e da Oi, Zeinal Bava, estima que as sinergias conseguidas com a fusão das duas empresas possam somar R$ 5,5 bilhões. A fusão, segundo disse ele à empresa de consultoria Morgan Stanley em entrevista divulgada nesta sexta, 29, deverá ser concluída até setembro de 2014. “É um processo que será executado até o segundo trimestre do próximo ano”, garante.
Bava considera que a fusão é uma evolução natural da aliança industrial iniciada em 2010 e concluída em 2011. Com a simplificação da estrutura, a companhia terá uma única entidade listada no Novo Mercado da Bovespa, na Euronext de Lisboa e na Bolsa de Nova York, com uma única classe de ações, todas com direito a voto e com mesmo dividendo. “Teremos 11 conselheiros e conselheiros independentes que estarão lá para garantir que esta companhia faça jus aos mais altos possíveis padrões de governança corporativa.”
A fusão, que criará uma nova empresa, temporariamente chamada de CorpCo, prevê também um aumento de capital no valor mínimo de R$ 13,1 bilhões e, por isso, menos dívidas do que elas têm separadas atualmente. Bava garante que tanto a PT quanto a Oi têm “ampla flexibilidade financeira”, que as permite alongar vencimentos e traz a possibilidade de venda de ativos, como as torres de telefonia móvel. “Tudo isso irá proporcionar flexibilidade financeira adicional, por isso, enquanto nossa dívida líquida/EBITDA estiver em cerca de 3,2, 3,3 vezes, é claro, isso vai exigir mantermos enorme disciplina no corte de custos e assegurando a aplicação do capital de maneira que faça sentido para os negócios”, defende.
Com as sinergias, Bava espera conseguir R$ 5,5 bilhões, dos quais R$ 3,3 bilhões são operacionais e R$ 2,2 bilhões são de sinergias financeiras. Mas ele acha que pode conseguir mais. “Os R$ 3,3 bilhões operacionais são muito conservadores em nossa opinião, porque eles são o equivalente a cerca de 1% de nosso Capex e nosso Opex. Nós achamos que podemos fazer isso, ou talvez mais, mas, nesta fase, preferimos ser conservadores a fim de sermos capazes de superar essas estimativas ao invés de decepciona o mercado.”
O CEO diz que na Oi a prioridade é corrigir o perfil de fluxo de caixa, consolidar modelo de negócio para impulsionar a produtividade e continuar a crescer. Já na Portugal Telecom, o foco é mitigar pressões na receita com corte de custo e contenção de Capex. “Entre as duas companhias, eu acho que nós temos, por assim dizer, as iniciativas empresariais certas implementadas, a fim de gerar o fluxo de caixa, para que possamos honrar todos os nossos compromissos”.
Fonte: teletime 29/11/2013