O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que “tem um sonho” de pegar cerca de 10% do que o banco desinvestiu em ações de grandes empresas e colocar esses quase R$ 8 bilhões em cerca de 4 mil empresas por todo o Brasil, investindo cerca de R$ 2 milhões no capital de cada uma delas. Ele deixou claro que esse é um projeto de longo prazo e disse que o número de 10% é só uma referência, não deve ser levado ao pé da letra.

“É difícil? Claro que é. Vamos precisar de gestores, alocadores. Não vamos fazer diretamente, vamos fazer via indústria de fundos”, comentou em evento do BTG. Esse movimento se insere na estratégia do banco de deixar de investir em “campeões nacionais” — ou seja, grandes empresas — e passar a focar mais em “heróis nacionais” — leia-se empresas de menor porte.

Montezano lembrou que o BNDES é um banco de atacado e deve continuar sendo, mas apontou que a instituição é uma grande repassadora de recursos e tem acordo com 60 bancos, que assim podem usar sua capilaridade e chegar ao cliente menor, até a pessoa física. Ele disse que o mercado de garantias de crédito no Brasil chegou para ficar e afirmou que o banco vai relançar uma nova fase do FGI-Peac nos próximos dias.

Segundo o executivo, na primeira rodada, com R$ 10 bilhões em garantias, o programa conseguiu conceder R$ 90 bilhões em crédito. “A agenda de garantias para MEIs, micro e pequenas empresas chegou para ficar, é um dos pilares da nossa estratégia”.

Ele afirmou ainda que o FGI-Peac mostra, por exemplo, que é possível ser muito mais eficiente no uso dos subsídios públicos e disse que, se for pra errar, é preciso cometer erros novos. “Às vezes tem um certo debate de voltar subsídios, incentivar campeões… Vamos errar diferente. Os resultados estão aí para mostrar o que dá certo e o que não dá. Precisamos democratizar o acesso a crédito para os heróis nacionais”. Leia mais em Valor Econômico 18/08/2022