O BNDES vai investir R$ 638,5 milhões em seis fundos voltados a empresas novatas, sendo quatro de venture capital e dois de capital semente. Depois de avaliar 38 veículos, o banco selecionou fundos com gestão ou cogestão da KPTL, Cedro, DNA, Antler, Astella, Patagônia, Good Karma e Noon.

Os recursos serão aportados através da BNDESPar e devem resultar no fomento a, no mínimo, 150 pequenas e médias empresas, afirma Natália Dias, diretora de mercado de capitais e finanças sustentáveis do banco.

Em seed money, estratégia voltada para empresas brasileiras com faturamento anual de até R$ 16 milhões, foram selecionados dois fundos para diligência: o Brasil FIP Capital Semente, gerido pela KPTL e Cedro Capital, com foco em govtechs, e o Antler Brasil I FIP Capital Semente, gerido pela Patagônia Capital e Antler Brasil, braço da gestora global Antler.

Já em venture capital, os quatro primeiros fundos classificados foram: Astella Journey V Feeder, gerido pela Astella Investimentos; Noon FIP I, gerido pela Noon Capital, de ex-gestores da Actis; Good Karma Fund, gerido pela gestora de investimento de impacto Good Karma Ventures, de Eduardo Mufarej; e Genoma IX, gerido pela DNA Capital, gestora focada no setor de saúde e que tem entre os fundadores Pedro Bueno, da Dasa.

BNDESPar vai investir em fundos
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O BNDESPar podia fazer um comprometimento de até R$ 1,45 bilhão para o programa. Contudo, como tem um limite de investimento de até 25% de cada portfólio, e o total da captação prevista pelas carteiras selecionadas ficou abaixo de R$ 5,8 bilhões, o valor total a ser desembolsado pelo braço de investimento do banco será menor.

Cada fundo deverá ter um capital comprometido, incluindo o aporte do BNDESPar, de pelo menos R$ 160 milhões, no caso dos portfólios de seed money, e de R$ 200 milhões no caso de venture capital. As carteiras têm o prazo de um ano para alcançar a captação mínima.

“O BNESPar tem um papel contracíclico, de atuar em áreas em que há escassez de recursos, como nos segmentos voltados para pequenas e médias empresas, e contribuir para o desenvolvimento do mercado de capitais”, diz Dias.

Na seleção, foram incluídos novos critérios como a diversificação da equipe das gestoras em relação a gênero, etnia/raça e pessoas com deficiência. Na indústria de private equity e venture capital, a presença feminina em cargos correspondentes a C-level é ainda menor que na indústria bancária.

Uma das gestoras com maior participação feminina na liderança é a Astella. A gestora tem sido uma das mais atuantes em apoiar empreendedoras e chegou a lançar um programa de mentoria para capacitar fundadoras de startups. No portfólio, a Astella tem empresas como a Sallve, beauty tech que tem a influenciadora Julia Petit e Marcia Netto entre as fundadoras. Também investiu na nova empreitada de Netto, a Silverguard.

A análise do banco incluiu também histórico de performance, qualidade da tese de investimentos e práticas ESG, na escolha dos investimentos e no monitoramento do impacto nas empresas investidas. “Priorizamos investimentos em setores de saúde e de impacto socioambiental”, conta Dias, sobre as teses de investimento dos veículos.

O fundo Brasil FIP Capital Semente é o primeiro dedicado a govtechs na seleção do BNDESPar. O fundo busca startups que ajudem a reduzir a burocracia e custos e facilitar o acesso ao atendimento em serviços públicos. “Sabemos que o setor público tem enorme restrição orçamentária e gap de qualidade de serviços e, por isso, decidimos montar um fundo dedicados a govtechs que gerem impacto na sociedade”, diz Adriano Pitoli, head do fundo, que já trabalhou no ministério da Fazenda.

O fundo da KPTL e da Cedro quer captar R$ 200 milhões e já levantou cerca de R$ 30,5 milhões, tendo entre os investidores a Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro (AgeRio) e o banco de desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Badesul). O primeiro aporte já foi feito, na Augen Engenharia, que fornece solução para automação do tratamento de.. leia mais em Pipeline 29/09/2023