Em mais um capítulo da crise de falências e recuperações do mercado cripto nos Estados Unidos, o braço da Binance que atua no país fará uma nova oferta para adiquirir a Voyager, empresa de empréstimos de criptos que faliu junto com o fundo de hedge Three Arrows Capital, após o colapso da rede TerraUST/Luna, em maio passado.

Em entrevista à Bloomberg, o presidente da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, confirmou que fará uma nova oferta pela Voyager, já que a concorrente FTX, que também disputava a operação, foi à bancarrota.

Na disputa entre FTX e Binance pela massa falida da Voyager, a empresa de CZ estava em desvantagem, em função da preocupação das autoridades norte-americanas com a segurança nacional. A Binance tem sido associada à China, por seu fundador ter ascendência do país asiático, atualmente o maior rival comercial dos Estados Unidos.

Braço na Binance nos EUA deve comprar falida Voyager
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“Acho que as preocupações com a segurança nacional dos EUA surgiram a partir de boatos espalhados pela FTX para tentar nos tirar das negociações”, disse CZ, na entrevista. “A Binance não é uma empresa chinesa, não temos nenhuma relação com a China.”

“Eu me pergunto quantas vezes terei que repetir isso (graças ao poder de lobby de SBF)”, escreveu CZ em um publicação no Twitter. SBF é como é conhecido Sam Bankman-Fried, fundador e presidente afastado da FTX.

À Bloomberg, CZ também confirmou que pretende criar um fundo de recuperação de US$ 1 bilhão para socorrer empresas de criptos em apuros. Segundo o presidente da Binance, o fundo estará aberto a contribuições de outros participantes do setor. “Se isso não for suficiente, podemos alocar mais”, acrescentou.

As novidades não repercutiram nos negócios de hoje, com as principais criptos operando ainda “de lado”, ou seja, com pouca oscilação, ainda que em campo positivo.

Às 11h40 (horário de Brasília), o bitcoin (BTC) era negociado a US$ 16.503, variação positiva de 0,5% nas últimas 24 horas. A mínima do período foi de US$ 16.310 e a máxima de US$ 16.778. O ethereum (ETH), segundo cripto mais negociada, valia US$ 1.191, alta de 2,8%, segundo dados do CoinDesk. No Brasil, o bitcoin era cotado a R$ 88.239, no mesmo horário, variação negativa de 0,6%, de acordo com o Cointrader Monitor.

Analistas apontam que o sinal positivo nas variações dos preços das criptos desde ontem se deve ao discurso mais ameno adotado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), na ata da última reunião do comitê de política monetária divulgada ontem. No documento, a autoridade sinaliza que deve afrouxar o aperto monetário. Mesmo não dando um prazo para iniciar esse movimento, a afirmação repercutiu positivamente nos mercados de ativos de risco.

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