Segundo Ramiro Prudencio, CEO para a América Latina da agência de RP, foco está em especialidades que a empresa ainda não atende

 A agência de relações públicas Burson-Marsteller está de olho em aquisições no Brasil. Quinta maior empresa do setor no mundo, com faturamento de US$ 467 milhões em 2011, a empresa determinou a seu escritório brasileiro a necessidade de partir para as compras no País, como forma de ajudar na expansão global da companhia.

 Há 36 anos no mercado brasileiro, a Burson sempre cresceu organicamente, ao contrário de concorrentes como a Weber Shandwick, que comprou a S2, e a MSL que adquiriu a Andreoli. Mas, agora, a ordem é outra: “Mesmo com crescimento atual na faixa de 20% ao ano no País, há uma determinação global para analisar possíveis aquisições”, diz Ramiro Prudencio, norte-americano com português fluente que responde pela liderança executiva da Burson na América Latina. No Brasil, o presidente é Francisco Carvalho.

 “A prioridade é ter uma segunda marca de RP com vida própria, porque nossa carteira está saturada em alguns segmentos. Outro foco são áreas de especialidades que ainda não temos. Além disso, visamos escritórios em Estados onde ainda não atuamos, já que temos operações em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro”, revela.

 O movimento de aquisições da Burson tem a ver com as circunstâncias do mercado de RP no Brasil. Prudencio acredita que o setor de Relações Públicas irá se concentrar de maneira mais intensa nos próximos anos. “Apesar de ser a sexta economia do mundo, o Brasil tem poucas redes globais de RP atuando no País. Há um grande interesse de multinacionais em entrar no mercado local, onde a liderança é das agências 100% brasileiras. É um movimento oposto ao da publicidade, cujas principais agências são multinacionais. A rigor, vivemos em RP algo que a publicidade viveu há 20 anos, quando havia poucas multis”, compara.  FELIPE TURLÃO

Fonte: meioemensagem 29/01/2013