Mercado local se desenvolveu a ponto de financiamento não ser mais um problema, mas ainda é necessário evoluir ao empreender, avalia especialista do Sebrae

Ao todo, o Nordeste conta com 577 startups ativas, segundo levantamento da Abstartups. Os principais segmentos de atuação identificados foram educação (10,9%), saúde e bem-estar (6,7%) e finanças (5,3%),

A cultura das startups vem evoluindo no Brasil e no Nordeste. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o Estado já é o terceiro maior mercado regional desse tipo de empresa, acumulando 16,6% das 577 iniciativas registradas. E a evolução é notável para as pessoas ligadas ao cenário, que afirmam não faltar dinheiro para financiar projetos novos.

Apesar da perspectiva positiva, os empresários cearenses ainda precisam lidar com um menor número de possibilidades de financiamento em comparação com grandes centros do País, além de buscar mais capacitação para saber o melhor momento para aceitar um investimento externo.

Para a analista técnica da unidade de inovação e sustentabilidade do Sebrae-CE, Marília Diniz, o crescimento do mercado cearense de startups pode ser representado pela presença de dois ecossistemas orgânicos registrados pelo mapeamento da Abstartups. A Associação apontou o Rapadura Valley, centralizado em Fortaleza, e o Kariri Valley, em Juazeiro do Norte.

Marília afirmou que, atualmente, não “falta dinheiro, o que falta é projeto pronto para receber dinheiro”. E nesse ponto, apesar de ter um mercado em constante evolução, as empresas cearenses ainda precisam melhorar.
“Aqui em Fortaleza, tínhamos dificuldade para encontrar investidores anjos, mas isso mudou. Temos vários editais do Governo do Estado, do Governo Federal e outras instituições. O que acontece é que, às vezes, a pessoa não se prepara e acaba errando o momento. Os empreendedores precisam evoluir para entender o momento correto para acessar o investimento que vem de fora”, analisou Marília Diniz.

O levantamento da Abstartups apontou 12 redes de financiamento no Ceará que têm trabalhado para conectar investidores a fundadores de iniciativas. A lista contou com a Anjos do Brasil-CE, Cordel Ventures, EDB, Endeavor no Ceará, In3citi, Inova Mundo, Invest Up, One Sixty, Rapadura Angels, Wake Up, Ventures e Wave Ventures.

Opções

Contudo, Amure Pinho, presidente da Abstartups, ponderou que as iniciativas cearenses ainda possuem um número consideravelmente menor de opções de financiamento do que empresas em outros centros comerciais mais desenvolvidos no País, como São Paulo e Rio de Janeiro.

“Eu acho que ainda existe uma diferença entre o Nordeste e o Sudeste, mas não em relação aos empreendedores ou como as coisas são feitas. A diferença é em relação a investidores na região, ao mercado e a ‘venture capital’. O investidor, às vezes, tem de sair do Nordeste e do Ceará para buscar financiamentos e isso não é bom”, disse Pinho.

Para que esse êxodo não aconteça, ele comentou que é necessário ter comunidades bem estabelecidas nas regiões para que haja troca de informações e desenvolvimento. Nesse sentido, Pinho enalteceu a realidade cearense, com dois ecossistemas de startups… Leia mais em diariodonordeste 23/11/2019

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